sábado, 20 de fevereiro de 2010

LAVANDO AS MÃOS


Quando analisamos, a cena assassina do Júri composto para julgamento do Senhor Jesus, não procuramos nos aprofundar muito, na questão pela qual, Poncio Pilatos, Procurador Romano, usa o artifício de lavar as mãos, conforme vemos no texto de Mateus:
Então Pilatos viu que não conseguia nada, e que o povo estava começando a se revoltar, mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse:
- Eu não sou responsável pela morte deste homem, isso é com vocês.
Hoje, tem sido diferente ? Será que muitas vezes não estamos lavando as mãos ?

E toda multidão respondeu:
- Que o castigo por esta morte caia sobre nós e sobre os nossos filhos.
Então Pilatos soltou Barrabas, como eles haviam pedido. Depois mandou chicotear Jesus e o entregou para ser crucificado.
O político, quando desonesto, além de corrupto, ele é covarde. Pilatos havia dito anteriormente que, não havia visto culpa Naquele inocente. Jesus, mas o condenou, no momento em que, mandou aplicar-lhe a penalidade do açoite, e em seguida a crucificação. Ele penalizou Jesus. Como Procurador de Cesar, ele deu a sentença e a forma de execução.,
A bem da verdade, Poncio Pilatos, estava com a sua consciência pesada. Com certeza, por trás da cortina do palco em que se encontrava protagonizando a farsa do julgamento do Senhor Jesus, pela fresta deve ter visto sua esposa, Claudia Prócula, meneando a cabeça negativamente, ante uma decisão espúria e covarde, de lavar as mãos, ante um assassinato que se ia cometer, por ordem de seu marido, apesar de, antes, ela o haver advertido para tomar cuidado no julgamento que ia presidir.
O julgamento do Senhor Jesus, é o mais triste espetáculo da animalidade humana, política e religiosa. Pilatos queria, isto sim, lavar a sua consciência.
Poncio Pilatos, mostrou-se um político e juiz frágil. Não possuía as mínimas condições profissionais e morais, para ser um representante do Imperador Cesar, nos recônditos da Judéia. Não. Ele não tinha a mínima condição para ser um Procurador Romano. Lavar as mãos, foi uma saída que encontrou, para fugir das suas responsabilidades, uma saída irresponsável, haja vista ser ele um representante de Cesar, Imperador de Roma, mal sabendo, que os fatos que ali estavam ocorrendo, repercutiria na historia da humanidade, como o mais inominável julgamento na historia jurídica do mundo.
Pilatos procura inocentar a si mesmo, colocando-se numa posição plenipotenciária, ante o Senhor dos Senhores, o Rei dos Reis, Jesus Cristo Nazareno, o nosso Único e Suficiente Salvador. O ato de Pilatos, trás à tona, as trevas e as injustiças da política e religião de fachada humana. Se os políticos, os religiosos de fachada de nossos dias, meditassem com maior profundidade no julgamento do Senhor Jesus, mudariam sua forma de agir e ser, e o mundo em que vivemos, seria um pouco melhor.

PILATOS FOI ASTUTO: USOU A LEI JUDAICA PARA LAVAR SUAS MÃOS, COMO FOSSE, UM SACERDOTE.

Pilatos, sujo, ladino e astuto que era, no ato de lavar suas mãos, quis justificar-se ante a sentença que planejara dar sob a pressão dos sacerdotes que insuflavam o povo.
A bem da verdade, sua cabeça estava em jogo. Era cobra, tentando engolir cobra. Tinha contra ele, Herodes, Governador da Judéia, que estava em cima do muro, o Sumo Sacerdote, que por meio da religião, insuflava o povo contra o Poder Romano, pois o Cristo era apenas um artifício para derrubar Pilatos, e tanto é verdade, que eles pediram um terrorista, homicida e ladrão, com a condição de que Jesus fosse crucificado.
Pilatos ali, tinha que tomar uma postura de Cesar. Se ele não obtivesse sucesso nesta empreitada, cairia em desgraça, e com certeza, teria que tomar veneno, se suicidar na frente do Imperador que representava..
Político como era, Pilatos conhecia a Lei do Povo que Roma mantinha subjugada. Pilatos usou a Lei Mosaica, para justificar o seu lavar de mãos.

O QUE DETERMINAVA A LEI MOSAICA, SOBRE OS CRIMES DE MORTE.

Na Lei Civil judaica, havia o artigo especifico sobre os crimes de morte, e Pilatos sabia, que o que ia fazer, era um crime de morte. Ele não tinha outra alternativa, se quisesse manter a Procuradoria Romana. Ou matava o Senhor Jesus, ou Cesar o mandaria degolar, colocando provisoriamente Herodes no seu lugar ( o filho de Herodes vivia na Corte de Roma estudando),até resolver a situação, e sossegar.
Lembra-se Herodes então da Lei Civil Judaica, e com uma cajadada só, jogaria Herodes na Parede, colocava a culpa sobre o Sumo Sacerdote e acalmava o povo, sem necessidade de usar a sua tropa de elite, aguarda pretoriana. A Lei era específica para a terra que mana leite e mel:
Moisés disse ao povo;
- Quando vocês estiverem vivendo na terra que o Senhor, nosso Deus, lhes está dando, pode acontecer que encontrem no campo o corpo de um homem assassinado e não se descubra quem foi que o matou. Nesse caso, os líderes e os juízes irão medir a distância entre o lugar onde o corpo foi descoberto e as cidades em redor. Ali, os líderes da cidade que ficar mais perto do lugar onde estava o corpo pegarão uma bezerra que ainda não tenha sido usada no trabalho. Levarão o animal para um vale onde haja um ribeirão que nunca seca e onde a terra nunca foi arada nem semeada, ali quebrarão o pescoço do animal. Os sacerdotes levitas também irão até lá, pois o Senhor, nosso Deus, os escolheram para o servirem, para darem a benção em nome do Senhor e para decidirem todos os casos de violência.
(Dt; 21,1-5)
Poncio Pilatos, muito esperto, e num estreito em que, se corresse, o bicho o pegaria, e se ficasse, o bicho o comeria, encontrou a saída. Quando o religioso deixa pairar sobre si a ira, ele perde totalmente o ponto de equilíbrio, fica cego por sua ira, e não consegue enxergar um palmo na frente de seu nariz, no que concerne a Palavra de Deus. Quando chega a este ponto, o ímpio, a mando de Satanás, usa a própria Lei de Deus, contra aquele que se diz servo de Deus.
Os sacerdotes levitas, tinham que decidir em todos os casos de violência, tinha que ser os juízes, mas ali, no julgamento de Jesus, foram incitadores da violência que teriam de julgar, passando assim a serem réus de juízo.
Pilatos percebeu isso, e se postou de Promotor de Acusação, de Juiz e de Sacerdote. A distancia estava medida. Ele estava encimado no parlatório, em uma parte elevada do pátio de sua residência oficial. Os sacerdotes e o povo, ladeavam o Messias que estava amarrado, escoltado por soldados no lado de baixo. Mediu a distancia. Eles estavam mais perto da vítima, que com certeza iria morrer. Restava lavar as mãos, o que os sacerdotes levitas poderiam fazer, se estivessem cônscios de suas prerrogativas sacerdotais:
Os lideres da cidade que ficar mais perto do lugar onde o corpo foi encontrado lavarão as mãos por cima do animal morto e dirão: “nós não matamos este homem, nem sabemos que foi que o matou.
DT; 21,6-7 .
Pilatos usurpa para si a prerrogativa de cidade mais perto do corpo, ou seja, Roma não tem nada a ver com esta morte, é vocês judeus que estão matando o seu Rei, e eu, como representante do Imperador, Cesar, não tenho nada com isso. Estou lavando as minhas mãos, o seu rei esta aí, e como vocês são uma turba, não sei que o matou.
Ele inverte a Palavra de Deus, querendo chamar sobre si a inocência quanto a morte do Senhor, pois após o lavar de mão sobre o morto, deveria ser dito: “Portanto,ó Senhor Deus, perdoa o teu povo Israel, o povo que livraste do Egito. Não culpes o teu povo pela morte desse homem inocente.” Assim o povo não será culpado por aquela morte. Portanto se fizerem aquilo que o Senhor acha certo, vocês estarão tirando do meio do povo a culpa pela morte de um homem inocente.
DT; 21,8-9
E os sacerdotes levitas entraram no artifício de Pilatos. Fizeram tudo o que ele queria. Para ele, Procurador Romano, estava inocentado pela própria Lei de Deus. Ele jogou o verde e colheu o maduro:
Então Pilatos viu que não conseguia nada e que o povo estava começando a se revoltar. Aí mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse:
- Eu não sou responsável pela morte deste homem. Isso é com vocês.
E toda multidão respondeu:
- Que o castigo por esta morte caia sobre nós e sobre os nossos filhos!
Então Pilatos soltou Barrabás, como eles haviam pedido. Depois mandou chicotear Jesus e o entregou para ser crucificado.
MT; 27,24-26 .
O inimigo comum de nossa alma, usou seu anjo Pilatos, para cegar os judeus e seus sacerdotes levitas, o que os levou a negarem o Messias, e pediram a sua crucificação. Pilatos lavou as mãos, pois não competia a ele o julgamento de Jesus pelas Leis romanas.
Em primeiro lugar, se os judeus pediam a morte de Jesus, a mesma tinha que ser decretada pela lei religiosa judaica, que previa o apedrejamento:
O Senhor Deus mandou Moisés dizer ao povo de Israel o seguinte:
- Se um israelita ou um estrangeiro que vive no meio do povo de Israel separar um de seus filhos para servir o deus Moloque, ele deverá ser morto a pedradas pelo povo
LV; 20,1-2
Qualquer homem ou mulher que invocar espíritos dos mortos ou praticar feitiçarias deverá ser morto a pedradas. Essa pessoa será responsável pela sua própria morte.
Lv; 20,27
Leve esse homem para fora do acampamento. As pessoas que o ouviram blasfemar contra mim, colocarão as mãos na cabeça dele, e depois o povo todo o matará a pedradas.
Lv; 24,14
Não deixe que essa pessoa o convença, nem escute o que ela disser. Não tenha dó nem piedade dela e não procure protegê-la. Mate essa pessoa a pedradas; atire a primeira pedra, e depois, que todos os outros atirem pedra também. Assim vocês matarão essa pessoa, pois procurou fazer vocês abandonarem ao Senhor, Nosso Deus, que os livrou do Egito, onde eram escravos. Todo povo de Israel saberá do que aconteceu; todos ficarão com medo, e ninguém vai querer fazer alguma coisa tão má como essa, no meio do meu povo.
Dt; 13,8-11
A crucificação, era uma pena máxima que era praticada pelos pagãos:
Ordem de Dario, Rei dos Persas, para aplicação de pena capital:
Se alguma pessoa desobedecer a esta ordem, ordeno também que vocês atravessem o seu corpo com uma viga pontuda, tirada da sua casa. Depois finquem a viga no chão. Além disso derrubem a sua casa e a façam virar um montão de entulhos.
Ed; 6,11
A crucificação, dentro do Direito Penal Romano de então, era aplicada somente para a execução de escravos rebeldes e também para os criminosos que não tinham piedade.
Mas, quando analisamos as Escrituras Sagradas, chegamos a conclusão final de que, Pilatos tinha que lavar suas mãos. Não havia uma outra alternativa. A Palavra de deus se cumpre, e Ele, usa quem Ele que, Onde quer e na forma que Ele quer.
A morte por crucificação do Senhor Jesus, cumpriu-se tudo o que foi escrito no Velho Testamento da Palavra de Deus:
Moisés disse ao povo:
- Se alguém for morto por ter cometido um crime, e o corpo for pendurado num poste de madeira, não deixem que o corpo fique ali durante a noite. É preciso sepultá-lo antes do pôr do sol, pois um corpo pendurado assim faz a maldição de Deus cair sobre a terra. Sepultem o corpo, para que não fique impura a terra que o Senhor, nosso Deus está dando para ser de vocês.
Dt; 21,22
Porém Cristo, tornando-se maldição por nós, nos livrou da maldição imposta pela lei. Como dizem as Escrituras: “Maldito todo aquele que for pendurado numa cruz!”
Gl; 3,13
Moisés orou ao Senhor em favor do povo, e ele disse:
-Faça uma cobra de metal e pregue num poste Quem for mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado.
Então Moisés fez uma cobra de bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava para a cobra, e ficava curado.
Nm; 21,8-9
Louvado seja o nome do Senhor nosso Deus pelo cumprimento de Sua Palavra. Ao lavar as mãos, Pilatos também propiciou, ali, na sua frente, o cumprimento da Palavra do próprio Senhor Jesus:
Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o filho do Homem tem de ser levantado.
Jo; 3,14
Por isso Jesus disse:
- Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que “ EU SOU QUEM SOU. “ e SABERÃO TAMBÉM QUE NÃO FAÇO NADA POR MINHA CONTA, MAS FALO SOMENTE O QUE O MEU Pai me ensinou.
Jo; 8,28
E, quando eu for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim.
Jo; 12,32
Pilatos lavou as suas mãos, mas fica a certeza para o crente evangélico de que, nada disso poderia se cumprir por apedrejamento. Pilatos lavou as suas mãos, mas mandou chicotear a Jesus e determinou a sua crucificação. Quem deu a sentença condenatória foram os sacerdotes e levitas judeus, mas quem cumpriu com a pena em sua execução foram os romanos, e ambos têm culpa no cartório de Deus.
Poncio Pilatos, neste julgamento, fraco como disse no inicio, a bem da verdade, pensou em certo momento que, flagelando Jesus,com uma violência impar, amoleceria o coração daqueles nomeados religiosos, vendo a carne do Senhor Jesus sendo dilacerada e o sangue descendo.
A visão era de extremo horror. Um condenado ao suplicio do flagelamento por meio da 40 chicotadas (isto segundo o costume judaico) , tinha suas mãos atadas justapostas à uma coluna não muito alta, com a costa descoberta, completamente nua. O chicote flagelador, era composto de várias tiras, com bolas de ferro ou ossos nas extremidades para dilacerar a pele e penetrar na carne do flagelado, para depois se jogar sal com vinagre misturado.
Quanto a quantidade de chicotadas, a Lei Romana não determinava uma quantidade especifica de chicotadas, e não era raro um flagelado vir a falecer nas mãos de seus algozes.
A lei judaica, esta sim, delimitava o numero de chicotadas:
Quando dois israelitas tiverem uma questão, levem o caso para ser julgado pelos juízes. Um dos dois será julgado culpado, e o outro inocente. Se o culpado for condenado a receber chicotadas, o juiz o fará deitar-se no chão, e na sua presença o homem será chicoteado, recebendo o numero de chicotadas que ele merece, de acordo com o crime que cometeu. O máximo que alguém pode receber são quarenta chicotadas; mais do que isso seria humilhar um israelita em público.
Dt; 25,1-3
E assim sendo, Pilatos pediu a bacia com água para lavar as suas mãos, mas no fim de tudo, acabou lavando as suas mãos no Sangue de Jesus que copiosamente jorrava das costas flageladas de Jogou este sangue, no rosto do Sumo Sacerdote, do Idumeu Herodes, dos sacerdotes levitas, e “guela” abaixo daquele povo de falsa religiosidade, que conhecia a Lei de deus, mas vivia na periferia da mesma.

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