terça-feira, 19 de janeiro de 2010

OLHANDO PARA O ALTO

Fomos chamados para viver acima das circunstâncias e ter os nossos olhos no Senhor. As Escrituras Sagradas nos dizem que Satanás veio para roubar, matar e destruir (Jo;10,10). Esta é um fato bíblicas que eu mais gosto de meditar, e me fortalece o fato de que Cristo, por sua vez, veio para nos dar vida e vida com abundância.

Eu sempre digo que o diabo vive tentando roubar a saúde, o dinheiro e a família de cada vivente, pois ele não quer que ninguém seja feliz sob as bênçãos de Deus. Mas o fato é que o diabo não está tão preocupado com estas coisas, elas não são seu verdadeiro alvo. O que ele verdadeiramente quer é roubar nossa fé e relacionamento com Deus. Este é seu fim, seu grande objetivo; mas roubar a saúde, o dinheiro e a família, são MEIOS QUE ELE USA para tentar conseguir chegar onde realmente quer.
Portanto, precisamos aprender a viver olhando para o alto, com nossos olhos fixos no Senhor em todo tempo, independentemente das circunstâncias à nossa volta. E o processo de ser mais que vencedor tem a ver com isto. No fim da prova Deus não somente nos dá a vitória, como também nos ensina a apegarmo-nos mais a Ele, vivendo acima das situações externas.

A geração atual de crentes vive olhando somente para as coisas terrenas, não tem seus olhos em Deus. Nossa pregação praticamente só enfatiza o que é terreno, quase não se leva as pessoas a olharem o celestial; mas segundo a exortação bíblica, devemos levantar nossos olhos:

“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.” - Colossenses; 3,1-3

Note o mandamento da Palavra que vem como um imperativo: Buscai e pensai nas coisas do alto, não nas que são da terra. Em toda a Bíblia encontraremos advertências quanto à termos nossos olhos no alto em vez de na terra.

No Tabernáculo de Moisés, que Deus o mandou construir segundo o exato modelo das visões que ele teve no monte, é impressionante a ênfase figurada que o Senhor deu deste assunto. Quando mandou Moisés fazer as quatro coberturas que se sobrepunham como teto da tenda da revelação, o Pai Celestial mandou que elas fossem todas bordadas, embelezadas; eram um verdadeiro espetáculo artesanal que ninguém hoje poderia reproduzir, pois a arte não era meramente humana, Deus havia enchido os artesãos com seu Espírito para que pudessem executar o modelo divino ordenado.

Portanto, quando alguém entrava na tenda da revelação, se queria ver algo belo tinha que olhar para cima, para o alto. Mas se conservasse seus olhos no chão não veria beleza alguma, pois Deus nunca mandou que fizessem nenhum tipo de piso, aonde acampavam utilizavam-se da própria terra do local. Enquanto o teto era indescritivelmente belo, o chão era feio, de terra. Assim também é na vida cristã, a beleza do andar com Deus está quando aprendemos a olhar para o alto, para Deus mesmo e as coisas celestiais; não há beleza numa vida de preocupação somente com o terreno.

Não há nada espiritualmente belo num evangelho que só prega sobre o dinheiro e os caprichos deste mundo como se isso fosse a prosperidade bíblica! Não se engane, nossos olhos devem se levantar bem acima do que é terreno, sejam os atrativos deste mundo ou as circunstâncias negativas que nos cercam; devemos olhar para o alto em todo tempo.

Crentes que só se preocupam com o dinheiro e seus negócios, não servirão ao propósito divino da colheita de almas, pois para se ter a sensibilidade espiritual de ver a necessidade dos perdidos é preciso tirar os olhos das coisas terrenas e levantá-los para os céus. Jesus mesmo disse: “erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa” (Jo;4,35).

Por que o Mestre disse isto aos discípulos? Porque enquanto eles só haviam pensado em buscar comida e saciar sua fome naquela aldeia de samaritanos, Jesus se preocupara em ganhar aquela mulher que estava junto ao poço de Jacó, e ela por sua vez, trouxe praticamente toda a aldeia para ouvi-lo.

Então ele lhes diz que se nossos olhos estiverem no chão, cuidando apenas das coisas terrenas, não enxergaremos os campos brancos para a ceifa; ou seja, não teremos a sensibilidade de ver a necessidade espiritual das pessoas. Temos que olhar para o alto se queremos ser úteis ao Senhor, pois aqueles que só olham para o chão desanimam-se nas horas difíceis e deixam de servi-Lo. Já quanto aos que têm seus olhos no Senhor, não há o que os faça parar.

Prender nossos olhos no chão é o grande plano satânico contra nossas vidas; ao atacar nossa saúde, família e bens, o que o maligno quer de fato é tirar nossos olhos do Senhor, fazendo com que fitemos somente o chão, o terreno. Há um texto bíblico que revela esta astúcia do inimigo em seus ataques; examinêmo-lo com suas figuras espirituais:

“E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se. Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade; e, impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus.” Lucas; 13,11-13

Esta mulher andava encurvada por quase duas décadas, e não havia meios de se endireitar pois sua doença era espiritual e não física. Tratava-se de um espírito maligno de enfermidade, um agente de Satanás prendendo seu corpo. Sabe, há uma figura aqui; esta mulher vivia olhando somente para o chão; sua costa encurvada a impedia de andar olhando para cima. Podemos ver em operação na vida desta mulher o verdadeiro plano malígno contra cada cristão; Cristo disse que ela estava numa prisão de Satanás:

“Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?” Lucas; 13,16

Estar numa prisão de Satanás não quer dizer que o próprio príncipe das trevas a prendia pessoalmente, pois já vimos que era um enviado dele, um espírito de enfermidade, quem realizava o trabalho. Mas Jesus mostrou que tal espírito maligno só estava cumprindo ordens de seu chefe, o que nos permite ver que o plano era de Satanás e a execução era do subalterno dele. Por que é importante notar isto? Para entendermos que o inimigo não nos ataca só por atacar, ele tem planos e estratégias para tentar nos derrubar e devemos nos prevenir contra ele!

Que tipo de prisão era esta que Jesus mencionou? Não era a doença e nem o espírito de enfermidade em si, mas a que ponto ele levava esta mulher. Ela não podia olhar para o alto! É isto que o diabo quer, que tiremos os nossos olhos de Deus; esta era uma crente da época, pois foi chamada de “filha de Abraão”, referência dada não só por ser naturalmente descendente do patriarca, mas por esperar na promessa divina feita a ele.

Também vemos que ela estava na sinagoga, o que poderíamos chamar de a igreja da época. Não se tratava de uma pecadora qualquer que nada queria saber acerca de Deus, mas de alguém que o temia, cria no Senhor e queria andar em sua presença.

Semelhantemente, Satanás tenta nos prender com os olhos no chão, para que não olhemos para cima. E por que ele nos ataca desta forma? Porque ele não pode nos arrancar das mãos de Deus, como Jesus mesmo falou:

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um.” João; 10,27-30

O diabo jamais poderá nos tirar das mãos de Jesus! Nunca! Temos um claro pronunciamento de Jesus Cristo neste sentido. Mas ele vai atacar com sutileza; ele quer nos indispor com o Senhor, fazendo com que nos voltemos contra Ele, porque então nós mesmos desceremos dos braços do Senhor e estaremos expostos. No livro do Apocalipse; 2,14 o Senhor faz menção da doutrina de Balaão, que costumava ensinar Balaque a por tropeços diante dos filhos de Israel para que pecassem.

Lemos em Números que Balaque contratou Balaão para amaldiçoar a Israel pois tinha medo de ser por ele destruído na batalha. Deus advertiu a Balaão que não fosse após Balaque, mas ele amou o prêmio da injustiça e desobedeceu. Mas não conseguiu amaldiçoar ao povo do Senhor, pois em cada uma das quatro vezes em que tentou fazê-lo, Deus mudou suas palavras em bênçãos sobre os israelitas. Vendo que nada podia contra o povo, Balaão aconselhou Balaque, rei dos moabitas, a enviar as mulheres do seu povo ao arraial dos israelitas para que se prostituíssem com eles e então os levasse a adorar os deuses delas.

Qual foi o pensamento de Balaão? Ele viu que não havia como tocar o povo pois eles estavam debaixo da proteção divina e com Deus ninguém pode; então a única saída seria colocar o povo contra Deus, visto que Deus não abandonaria o povo. E quando através do pecado da prostituição e também da idolatria o povo se afastou do Senhor, então ficou vulnerável, e a ira do Senhor se acendeu contra o povo.

O que Balaão não podia fazer contra o povo, fez com que o próprio povo fizesse contra si mesmo! É assim que o diabo age. Uma vez que ele não pode tirar-nos da mão do Senhor, nem fazer nada contra nossas vidas por permanecemos em Cristo, então tenta nos colocar contra o Senhor, para que saiamos do colo d’Ele e fiquemos vulneráveis.

Esta é a razão porque o maligno tanto tenta prender nossos olhos nas coisas materiais, para que quando conseguir tocar nelas isto venha a doer em nós a tal ponto de nos indispormos contra JESUS. Mas na vida daquele que ama o Senhor e tem os olhos n’Ele, o inimigo não consegue isto.

Isso nos permite ver porque Satanás investe tanto contra o que possuímos, não porque seja isto o que ele queira, mas por ser o meio para que ele tente chegar onde realmente quer chegar: minar nossa fé e relacionamento com o Senhor.

Mas diante disto podemos também enxergar porque Deus permite o inimigo investir contra estas áreas de nossas vidas; cada ataque maligno pode ser visto como um tempo de treinamento e adestramento para os soldados do exército divino. Na realidade, nunca vemos num quartel os soldados prepararem-se para a guerra passando um ano inteiro deitados em redes com sombra e água fresca.

Não! Pois isto não prepara ninguém! Também o Senhor não treina seu exército no bem-bom da vida, mas em meio às provas e tribulações. E muitas vezes Deus permitirá o ataque do maligno contra seus bens materiais para que ao fim você não apenas vença, mas seja mais que vencedor, seja alguém tratado pelo Senhor; pois enquanto Satanás nos tira algo tentando fazer com que nosso coração egoísta se volte contra Deus, o Senhor por sua vez, permite que aquilo seja temporariamente tirado até que nosso coração aprenda a não se apegar àquilo mais do que a Deus.

Às vezes será do interesse não só do diabo, mas também de Deus que algo nos seja temporariamente ou definitivamente tirado. Percebi isto depois de muitas perdas inclusive minha filha e consequentemente ganhei uma queimadura no braço, afastando-me da casa do Senhor.Mas percebi, que não era só Satanás que queria me tirar, me roubar,até porque, minha filha foi salva; Mas era minha preocupação dia e noite ! Naquele momento singular da minha vida Deus também queria muito fazê-lo! Não só para me conduzir ao seu plano para a minha vida, mas para me fazer entrar no “tratamento de Deus comigo”.

Mas o golpe do diabo doeu em mim porque minha filha, minhas coisas valiam mais para mim do que eu imaginava; meus olhos estavam no chão e não no alto. Mas Deus me ensinou, e como Paulo posso dizer que aprendi. Quando um homem ou uma mulher de Deus colocam seus olhos no Senhor e assim permanecem, serão vitoriosos. Tenho aprendido que os ataques mais atrozes do inimigo, como aqueles em que pessoas chegaram ao ponto de morrer por Cristo, não visavam tocar nas circunstâncias e nem mesmo na vida destas pessoas; o diabo não queria que morressem, mas que, por medo da morte negassem Jesus.

Cada vez que um mártir derramou seu sangue pelo evangelho, Satanás não ganhou, só perdeu. Pois o heroísmo dos mártires somente fortaleceu o evangelho, nunca o enfraqueceu. Nosso conceito de vitória ainda é muito carnal, terreno; mas os mártires foram além disto e venceram ao diabo (Ap;12,11), pois sabiam manter seus olhos no Senhor. Veja um exemplo disto:

“Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus. Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele.
E, lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu.” Atos; 7,55-60

O relato bíblico diz que Estevão, cheio do Espírito, FITOU OS OLHOS NO CÉU. Algo que o Espírito Santo vai operar em nós à medida em que nos rendemos a Ele, é tirar nossos olhos do chão para o céu; das coisas terrenas para as celestiais. Estevão foi o primeiro mártir e nos deixou um modelo perfeito de vitória sobre o inimigo: seus olhos estavam em Deus, não no que é terreno.

E neste texto tenho descoberto um princípio espiritual figurado muito forte: Quando nossos olhos estão no Senhor, somos anestesiados para os ataques malignos contra nossa vida! Estevão foi milagrosa e sobrenaturalmente anestesiado por Deus contra as pedradas que o mataram; o texto diz que enquanto o apedrejavam ele invocava ao Senhor e orava, e mais: diz que ele se colocou de joelhos, e à semelhança de Cristo na cruz, pediu que o pecado de seus assassinos fosse perdoado.

Ninguém que está sendo apedrejado faz isto; nossa imediata reação é cobrir o rosto e se proteger como puder; mas os olhos de Estevão não estavam em si mesmo, estavam nos céus, e em razão disto podemos dizer que ele foi fortalecido por Deus, ou até mesmo que foi “anestesiado”. Seria impossível em condições normais ele se ajoelhar e ficar olhando para o alto sem se defender, mas algo aconteceu com ele.Há quem diga, que infarto fulminante, causa uma dor insuportável. Minha filha, nada sentiu pela aparência física dela e o que foi contado por testemunhas.Foram três passos louvando " mais perto eu quero estar meu Deus de Ti "

E quando colocamos os nossos olhos no Senhor independentemente de que tipo de situação estamos enfrentando, algo também vai acontecer conosco; seremos confortados e anestesiados pelo Senhor, e Satanás não será vitorioso. Pelo contrário, nós é que seremos mais que vencedores! No caso de Estevão, o que veio além da vitória não foi o tratamento, pois ele passou à glória celestial, mas além de vencedor ele recebeu um galardão mais glorioso. É isto que acontece com os mártires; Hebreus; 11,35 diz que alguns não aceitaram seu livramento porque visavam uma maior recompensa.

Quando passamos pelas provas e tribulações, Deus não somente nos prepara a vitória que inevitavelmente virá, mas usa o tempo em que nela estamos para tratar com nossa alma. O Senhor lida com todo apego excessivo que temos nas coisas terrenas e nos ensina a ter os olhos n’Ele.

Isto é ser mais que vencedor. É ser tratado por Deus e chegar ao fim da adversidade melhor do que entramos.


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A REBELDIA DE MOISÉS E A MORTE DE MIRIÃ E ARÃO

Números; 20. A morte de Miriã vem no início deste capítulo, e a morte de Arão no fim, quatro meses mais tarde. Entre os dois acontecimentos temos a rebeldia de Moisés e Arão e a inimizade do rei de Edom.
A perambulação do povo de Israel através do deserto estava chegando ao fim, e este capítulo começa no primeiro mês do quadragésimo ano desde que havia saído do Egito, tendo eles vagueado pelo deserto e por fim voltado a Cades, de onde haviam partido trinta e sete anos antes.
O relato desses trinta e sete anos estão todos contidos em Números ; 14 e ;20 o que não é muito. Não foram anos de grandes bênçãos para o povo, e durante eles todos os israelitas de vinte anos ou mais que haviam saído do Egito morreram, ou estavam para morrer até se completar esse ano, fora Calebe e Josué, para se cumprir o castigo de Deus sobre a sua incredulidade (Números; 14,28-30).
Também quando nos deixamos esmorecer pela incredulidade, e não agimos pela fé segundo a vontade de Deus, deixando de testemunhar de Cristo e de fazer uso dos nossos dons espirituais dentro e fora da igreja de Cristo, somos estéreis, e nada acontece de importância. Não estamos prosseguindo para o alvo, mas vagueando sem destino.
A morte de Miriã é relatada em sete palavras! Não se fala em pranto, luto ou qualquer cerimônia especial.
Depois de todos esses anos, a nova geração estava se esquecendo que sua perambulação era o resultado do pecado dos seus pais, e começaram a por a culpa em Moisés.
Freqüentemente nossas encrencas resultam de nossa desobediência ou incredulidade. Não podemos acusar a Deus por elas e, enquanto não compreendermos isso, teremos pouca paz e crescimento espiritual.
Por causa da falta de água, o povo contendeu contra Moisés - foi sua sétima murmuração contra este servo de Deus, novamente em Cades. A terra de Canaã, com fartura de tudo, estava próxima, mas eles ainda não haviam chegado. É bom nos lembrarmos que não estamos aqui permanentemente: somos peregrinos neste mundo e um dia vamos sair daqui. Portanto não percamos o nosso tempo em lamentações sobre as condições do meio em que vivemos.
Novamente, como acontecia sempre que o povo contendia com Moisés, a glória do SENHOR apareceu, para resolver a situação. Ele mandou que Moisés tomasse a vara (de Arão), ajuntasse o povo e, com Arão, falasse à rocha para dela obter água.
Agora sabemos que a rocha era uma figura de Cristo (1ª Coríntios; 10,4). Muitos anos antes a rocha havia sido ferida por Moisés para obter água (Êxodo; 17,5-6); para se manter o simbolismo, a rocha não deveria ser ferida novamente, pois Cristo iria ser ferido, ou crucificado, uma única vez pelos nossos pecados (Hebreus; 10,12). A água abundante simboliza o derramamento do Espírito Santo, que satisfaz a sede espiritual e fortalece com Seu poder.
A ação de Moisés, declarando "porventura faremos sair água desta rocha", e ferindo a rocha duas vezes com a vara resultou de:
incredulidade: da outra vez obteve água ao bater na rocha; ele não cria que apenas falar à rocha daria resultado, e a sua incredulidade aparecia na palavra porventura.
petulância: não santificou (obedeceu) o SENHOR diante dos filhos de Israel, mas, dizendo faremos ele se arrogou autoridade que pertencia somente ao SENHOR, e feriu a rocha.
Moisés não somente prejudicou o simbolismo da rocha com a sua desobediência, mas exaltou-se a si próprio.
Assim mesmo, o SENHOR fez o milagre, e saíram muitas águas (fontes) da rocha. Mas Moisés foi castigado por sua incredulidade (o mesmo pecado que o povo havia cometido 37 anos antes) com a proibição de entrar na terra prometida (o mesmo castigo que o povo sofreu).
Meribá é um jogo de palavras, no hebraico, com o verbo "contender", e este nome havia sido dado ao lugar quando a rocha fora ferida da primeira vez (Êxodo; 17,7).
Moisés, entretanto, havia sido instruído pelo SENHOR a deixar o deserto e levar o povo para a fronteira oriental de Canaã, ao norte do mar Morto (Deuteronômio; 2,2-7). Do ponto onde se encontravam, havia um caminho real usado pelas caravanas, que atravessava a terra de Edom e ia até o lugar desejado.
Edom era a terra onde Esaú se estabeleceu, e os habitantes eram seus descendentes, portanto parentes distantes dos Israelitas, falando a mesma língua. Sua capital era Bozra, da qual ainda existem ruínas, e também habitavam a cidade de Petra, cavada na rocha, e abandonada dois séculos após Cristo.
Humildemente, Moisés mandou mensageiros até o rei de Edom, pedindo permissão para atravessar o seu território. Mesmo com a promessa de passarem a pé e de lhe pagarem pela água que consumissem, e de se manterem na estrada sem tocar em suas vinhas ou os seus poços, o rei de Edom proibiu sua passagem, e foi ao encontro dos israelitas tendo ajuntado muita gente armada. Os edomitas temiam os israelitas, não sabendo que o SENHOR havia proibido os israelitas de tocar neles (Deuteronômio; 2,5).Obediente a Deus, Moisés não se impôs, mas tomou outro caminho. Parece que Moisés não estivera seguindo a nuvem do SENHOR, mas quisera abreviar a viagem atravessando o território de Edom. Não deu certo. Também nós às vezes procuramos tomar um atalho que nos parece melhor do que o caminho de obediência a Deus, pensando que o fim justifica os meios. Igualmente não dá certo.
Quatro meses depois da morte de Miriã, o Sumo sacerdote Arão morreu no cume do monte Hor, aos 123 anos de idade (Números; 33,38-39). Por causa da sua rebeldia, ele não viu a terra da promessa. Também há muitos crentes, salvos por terem recebido a Cristo como seu Salvador, que nunca chegam a gozar dos frutos da sua salvação e da paz do Espírito em suas vidas. Por causa da sua incredulidade não sabem o que é andar em comunhão com o Senhor Jesus.
Houve muita tristeza em Israel: o povo chorou a Arão trinta dias. Eles conheciam Arão e Arão os conhecia também. Decerto haviam sido confortados por ele muitas vezes, quando traziam os seus sacrifícios, e ensinados por ele a respeito das coisas de Deus.
Em lugar dele foi investido seu filho Eleazar (as vestes sacerdotais de Arão foram tiradas de Arão, logo antes de sua morte, e colocadas em Eleazar). Seria um novo relacionamento com o povo. Temos o privilégio de ter um Sumo Sacerdote melhor que Arão, pois Ele vive eternamente para fazer intercessão por nós: nunca morre! Ele nos conhece, e nós O conhecemos, e podemos confiar nEle.
A morte de Arão marca o fim da perambulação do povo. A partir daí Israel marcha ou para, não mais vagueia. Passar pelo deserto, a caminho do Egito até a terra de Canaã, era uma disciplina necessária, envolvendo:
O Mar Vermelho (como a cruz de Cristo, a morte dEle, que nos traz vida, separando-nos do mundo - Gálatas; 6,14)
Elim (o poder de Deus que nos dá restauração e descanso)
Sinai (a santidade de Deus confrontada com nossa natureza pecaminosa - Romanos; 7,7-24)
Mas as perambulações do povo pelo deserto nos restantes 38 anos, por causa da sua incredulidade, é para nossa advertência, e não imitação, exceto pela graça de Deus, que ainda permitiu que os mais novos do povo entrassem na terra da promessa (1ª Coríntios; 10,1-11; Hebreus; 3,17-19).
Existe um descanso presente que nos é dado por Deus, do qual o sábado e Canaã são figura, no qual os crentes podem, e devem, entrar pela fé (Hebreus; 3,1 e 4,16)Houve um tempo que o Senhor me levou a estudar sobre a vida de Moisés, e me deu dois estudos sobre ele; Moisés - o homem, mas manso da terra; e O líder que Deus chama. Depois de analisar alguns fatos que ocorreram dentro de uma determinada igreja recebi uma palavra de Deus, me mandando atentar para a vida de Moisés, e fiz isso isso. E pela sua infinita misericórdia me deu este estudo glorioso. Sobre a desobediência de um homem de Deus, não um homem comum mais um líder, com seu chamado comprovado e aprovado por Deus. Nunca devemos esquecer de quem éramos (passado), de quem somos (presente), e do que seremos (futuro) nas mãos de Deus se realmente ouvirmos a sua voz e obedecermos, pois, de nada adianta só ouvirmos e não pormos em prática a Palavra de Deus. Não adianta nada termos obedecidos ontem. E hoje? Hoje é um novo dia. Temos de obedecer de novo e todos os dias, obedecer sempre. Ezequiel ; 33,13; “Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar iniqüidade, não virão em memória todas as suas justiças, mas na iniqüidade, que pratica, ele morrerá”. Mas existem casos (como foi o de Moisés) que Deus julgou por aquele momento, e o que a pessoa fizer depois não mudará mais a sentença. Pois, a quem muito é dado muito será cobrado.
Em números ; 20,7-12, Deus mandou Moisés pegar a sua vara e ajuntar toda a congregação, porque Deus queria glorificar o nome Dele naquele dia. E Deus lhe disse: “Falai a rocha perante os seus olhos, e darás a sua água; assim, lhes tirarás água da rocha e darás a beber á congregação” . Em seguida logo após ouvir a palavra do Senhor, Moisés tomou a vara obedecendo ao que Deus lhe dissera. Mas na hora de pôr em prática a Palavra de Deus, ele decidiu fazer da sua maneira. Decidiu ferir a rocha. Coisa que Deus não o havia mandado fazer. Observamos com essa atitude que, não adianta obedecermos em parte, como foi o caso de Moisés. Muitos obedecem à voz de Deus só até onde lhes é proveitoso, mas agem como querem. Só tem aparência de servos, mas no interior querem ser senhores de si mesmos, e dos outros também. Note que Moisés pegou a vara e foi, mas na hora de executar a ordem, a coisa mudou de direção. Quantos começam bem, colocando a Palavra de Deus acima de tudo. E hoje, observamos vários líderes caídos e fora da direção. Pensam que estão na direção porque estão vivendo do passado, de pregação do passado, das experiências do passado, de renúncias que fizeram no passado. Mas e hoje, como estão? Cadê a palavra da revelação que não tem mais os alcançado? Vivem como os sinos que ressoam mais não tem mais unção. Esse foi o caso de Moisés. Deus no passado o havia mandado ferir a rocha, ele feriu e o milagre aconteceu. Só que agora era diferente, Deus o mandou somente falar a rocha.
Moisés se apegou ao passado, porque tinha ferido a rocha uma vez resolveu ferir de novo; só que desta vez fez sem a direção de Deus, e pagou muito caro por isso. Tem gente que se apega somente as experiências do passado, e se esquecem que a cada dia Deus tem novas experiências para nos dar. Portanto, se a tua vida está sendo movida pelos feitos do passado, desperta! Deus quer te dar experiências novas, agora, hoje!
Porque Deus mandou Moisés falar a rocha, e não feri - lá? A rocha era Cristo. A primeira vez que Deus mandou Moisés ferir a rocha (Ex; 17,1-7), Deus queria que esse ato simbolizasse o sacrifício expiatório de Cristo lá na cruz. Pois, lá na cruz, Ele foi ferido pelas nossas transgressões (Is; 53). Quando Deus diz para Moisés falar à rocha, é porque a rocha já havia sido ferida antes. Moisés desobedeceu, e desobedeceu feio, pois Deus jamais suportaria ver a rocha (seu filho) ferida duas vezes. Cristo foi ferido uma única vez, portanto, não era mais necessário, Moisés ferir a rocha novamente. Nessa segunda vez ele feriu a rocha duas vezes, ou seja, ele estava confirmando a sua sentença, pois, dois é o número da confirmação, e com isso foi confirmado que por esse ato de desobediência ele não entraria na terra prometida.
Moisés não somente desobedeceu a Deus, mas tentou receber a glória para si mesmo . E isso Deus jamais permitirá, pois, Ele não divide Sua glória com ninguém. Veja o que aconteceu com o rei Herodes; foi comido de bicho porque não deu a Deus a glória que lhe era divida. Cuidado! Se você acha que, o que você está fazendo é por mérito seu; é porque você está acima dos outros; tem mais conhecimento que os outros; manda e desmanda. Deus não divide a glória Dele com ninguém.
Observe que mesmo depois da desobediência de Moisés: Ele feriu a rocha e Deus não havia o mandado, mas mesmo assim saiu água da rocha. Podemos pensar: Se ele desobedeceu, porque Deus permitiu que a água saísse da rocha? Porque a água saiu da rocha mesmo Moisés a ferindo? Porque o objetivo de Deus é o povo, o propósito e objetivo de Deus era para com o povo. O nosso Deus é justo. O povo não iria pagar, não iria ficar com sede por causa da prepotência e vaidade de Moisés. Fica bem claro que o alvo de Deus era, é, e sempre será o povo. Com o líder Moisés Deus tratou pessoalmente. Hoje em dia muitos se acham o máximo, o tal, e nem percebem que não estão mais na direção de Deus. Deus só está contando com eles ainda por causa do povo sedento da Palavra. Só que a sentença dos tais já está decretada diante de Deus, pois, se tem uma coisa que Deus não tolera, é quando o homem se exalta a si mesmo. Com certeza Deus trará todas essas coisas a juízo, como fez com Moisés, ele quis aparecer e com isso perdeu a benção. Observe que por um ato tão aparentemente simples Moisés não alcançou a promessa de entrar na terra prometida. Paulo disse: “Temo que depois de ter posto muitos na carreira, eu mesmo não venha ser desclassificado”. Esse foi o caso de Moisés, e tem sido o caso de muitos.
Moisés não perdeu a salvação, ele foi salvo, isso fica bem claro quando ele aparece com Elias na transfiguração. Não perdeu a salvação mais perdeu a promessa. Não desfrutou daquilo que Deus havia projetado para sua vida. Muitos podem até não perder a salvação, mas perdeu a plenitude, a glória com que Deus queria usá-los aqui nessa terra. Estão vivendo a sua vidinha fora da direção e estão crentes que estão abafando. Sabe quando perceberão que não estão mais na direção? Quando não verem se cumprir as promessas de Deus em suas vidas. Como foi o caso de Moisés ao partir desta terra, e não desfrutou da promessa que Deus o havia feito. Portanto, se você é um líder, que teve um chamado glorioso de Deus, cuidado! Moisés também o teve, e que chamado glorioso, mas por um simples vacilo tão pequeno aos nossos olhos, mas gravíssimo aos olhos de Deus não desfrutou da promessa.
Qual tem sido o teu vacilo? A tua queda? É a falta de amor? De perdão? É o fazer acepção entre os irmãos, os que dão um dízimo maior tem lugar de destaque na tua igreja? É a aliança com políticos? É não dar a Deus a glória devida? É exaltar-se a si mesmo? Ou é a inveja de verem os outros crescendo diante de ti? Infelizmente para Moisés não houve mais volta, ele chorou, clamou, ao ponto de Deus lhe falar: “Basta Moisés não me fales mais neste assunto”. “Põe a tua boca no pó talvez para você ainda haja esperança”. “Volta ao primeiro amor”.


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