quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A história de Absalão filho do Rei Davi,não é uma história bonita.2º Samuel cap;13-18

ele teve uma existência marcada por inúmeros pecados. Era uma pessoa atraente, simpática, e famosa, que realmente chamava a atenção. Poucas pessoas no mundo poderiam receber o tipo de descrição que dele é feita em 2 Sm 14.25: “Não havia, porém, em todo o Israel homem tão celebrado por sua beleza como Absalão; da planta do pé ao alto da cabeça, não havia nele defeito algum”. Quando lemos a sua história, registrada nos capítulos 13 a 18 de 2 Samuel, vemos que ele era um daqueles “líderes natos”, com personalidade marcante e carismática. Era impulsivo em algumas ações, mas igualmente maquinador e conspirador para preencher suas ambições de poder. Por trás de um passado que abrigava até um assassinato de seu irmão, ele não hesitou em utilizar e manipular pessoas e voltar-se contra seu próprio pai, para vir a governar Israel. Uma vez no poder, demonstrou mais impiedade, crueldade e imoralidade. No seu devido tempo, foi castigado por Deus, sofrendo uma morte inglória, sendo Davi reconduzido ao poder. O caráter de Absalão não é diferente de muitos personagens contemporâneos de nossa política. Na realidade, ele reflete bem como a ambição pelo poder, conjugada com outros pecados, transtorna o comportamento de políticos “espertos” e “astutos”, levando-os a uma vida de engano e egoísmo desenfreado, na maioria das vezes com o aproveitamento pessoal do bem público. Necessitamos de sabedoria e discernimento, para penetrarmos a couraça de fingimento que é mostrada à sociedade. Necessitamos de uma conscientização de nossas responsabilidades, como cidadãos, para que estejamos cobrando, com o devido respeito, as responsabilidades de nossos governantes, conforme estipuladas nas Escrituras em Romanos 13.
No capítulo 15 de 2º Samuel, versos 1 a 12, identificando algumas peculiaridades de sua pessoa e caráter para que sirva de alerta à nossa percepção do mundo político e da busca pelo poder. Queremos verificar se essas características são reflexos da natureza humana submersa em pecado, e aprender que devemos resguardar nosso apoio irrestrito, a tais pessoas de intensa ambição. Devemos também agir responsavelmente como cidadãos cristãos, na medida do possível, para que as instituições que tais pessoas pretendem governar sejam também resguardadas.
As Características de Absalão
Vejamos, 10 características do político astuto e matreiro que foi Absalão, conforme o relato que temos no capítulo 15 do Segundo livro de Samuel:
1. Ostentação e demonstração de poder. No verso 1, lemos: “Depois disto, Absalão fez aparelhar para si um carro e cavalos e cinqüenta homens que corressem adiante dele”. No capítulos 13 e 14 lemos como Absalão ficou foragido, após assassinar seu irmão. Aparentemente, Davi tinha grande amor por Absalão e, após três anos dos acontecimentos que culminaram no assassinato e fuga, Davi o recebe de volta. Absalão era famoso. Em 2 Sm 14.25 lemos que ele era “celebrado” por suas qualidades físicas invejáveis e impecáveis. Possivelmente tudo isso havia “subido à cabeça”. Em vez de assumir uma postura de humildade e contrição, em seu retorno, o texto nos diz que ele trafegava em uma carruagem com cavalos. Semelhantemente a tantos políticos contemporâneos ele se deleitava na ostentação e na demonstração de poder. Nesse sentido, formou um extraordinário séquito de “batedores” – cinqüenta homens que corriam “adiante dele”. Certamente tudo isso contribuía para chamar ainda mais atenção, para a sua pessoa, e ia se encaixando nos planos que possuía, para a tomada do poder. Vamos ter cuidado com aqueles que buscam a ostentação e a demonstração do poder que já possuem, pois irão aspirar sempre mais e mais, às custas de nossa liberdade.
2. Comunicação convincente. O verso 2, diz: “Levantando-se Absalão pela manhã, parava à entrada da porta; e a todo homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? Ele respondia: De tal tribo de Israel é teu servo…”. Parece que Absalão não era preguiçoso. Levantava-se cedo e já estava na entrada da cidade, falando com as pessoas. Possivelmente tinha facilidade de comunicação, de “puxar conversa”. Identificava aqueles que tinham necessidades, aqueles que procuravam acertar alguma disputa e logo entrava em conversação com eles. Certamente essa é uma das características que nunca falta aos que aspiram o poder. Devemos olhar além da forma – devemos atentar para o conteúdo e a substância, procurando discernir os motivos do comunicador.
3. Mentira. O verso 3 mostra que Absalão era mentiroso. Era isso que Absalão comunicava àqueles com os quais ele conversava, com os que tinham demandas judiciais a serem resolvidas: “Então, Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei”. Descaradamente ele minava a atuação, autoridade e função do rei Davi, seu pai. Com a “cara mais limpa”, como muitos políticos com os quais convivemos, passava uma falsidade como se fosse verdade. Certamente existia quem ouvisse as pessoas, em suas demandas. Certamente, nem toda causa era “boa e reta”, mas Absalão não estava preocupado com isso, nem com a verdade. Ele tinha os seus olhos postos em situação mais remota. Ele queria o poder a qualquer preço. Para isso não importava se ele tinha que atropelar até mesmo o seu pai. Não sejamos crédulos às afirmações inconseqüentes, às generalizações mentirosas de tantos que aspiram o poder.
4. Ambição e engano. O verso 4, confirma a linha de ação adotada por Absalão, na trilha da decepção: “Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça!” Será que realmente acreditamos que o malévolo Absalão estava mesmo preocupado com o julgamento reto das questões? Será que ele tinha verdadeira “sede e fome de justiça”? A afirmação demonstra, em primeiro lugar que a sua ambição era bem real – ele queria ser “juiz na terra” – posição maior que era ocupada pelo rei seu pai. Quanto à questão de “fazer justiça” – será que realmente podemos acreditar? Certamente com a demonstração de impiedade e injustiça que retratou posteriormente, quando ocupou o poder, mostra que isso era ledo engano aos incautos. Quantas pessoas terão sido iludidas por ele! Quantas o apoiaram porque acharam que ali estava a resposta a todas as suas preces e anseios – “finalmente, alguém para fazer justiça”! Como é fácil sermos iludidos e enganados em nossas necessidades! Não sejamos ingênuos para com promessas que não poderão ser cumpridas.
5. Bajulação. No verso 5, vemos como Absalão era mestre em adular aos que lhe interessavam: “Também, quando alguém se chegava para inclinar-se diante dele, ele estendia a mão, pegava-o e o beijava”. Que político charmoso! Estava prestes a receber um cumprimento, mas ele se antecipava! Com uma modéstia que era realmente falsa, como veríamos depois, ele fazia as honras para com o que chegava. Realmente era uma pessoa que sabia fazer com que os que o visitavam se sentissem importantes. Sempre gostamos de receber um elogio, de sermos bem tratados. Tenhamos a percepção de verificar quando existem interesses ocultos ou motivos noturnos por trás da cortesia aparente.
6. Furto de corações – O despertar de seguidores ferrenhos! O verso 6 fala literalmente dessa característica. Não, Absalão não violava sepulturas, nem estava interessado em transplantes de órgãos. Mas no sentido bem coloquial ele “roubava corações”: “Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração dos homens de Israel”. Com as ações descritas nos versos precedentes, Absalão angariava seguidores apaixonados por seu jeito de ser. Sua bandeira de justiça livre e abundante para todos, capturava o interesse, atenção e lealdade dos cidadãos de Israel. Não importava se havia um rei, legitimamente ungido pelo profeta de Deus. Aqui estava um pretendente ao poder que prometia coisas muito necessárias. Que era formoso de parecer. Que falava bem. O que mais poderiam as pessoas esperar de um governante? Será que alguém se preocupou em averiguar a sinceridade das palavras e das proposições? Será que alguém tentou aferir se as promessas proferidas eram possíveis de ser cumpridas? O alerta é para cada um de nós, também.
7. Falsa religiosidade – Os versos 7 a 9 registram: “Ao cabo de quatro anos, disse Absalão ao rei: Deixa-me ir a Hebrom cumprir o voto que fiz ao SENHOR, Porque, morando em Gesur, na Síria, fez o teu servo um voto, dizendo: Se o SENHOR me fizer tornar a Jerusalém, prestarei culto ao SENHOR”. É incrível como muitos políticos, mesmo desrespeitando os mais elementares princípios éticos, pretendem, em ocasiões oportunas, demonstrar religiosidade e devoção. No transcorrer do texto, vemos que tudo não passava de casuísmo, da parte de Absalão. Ele procurava costurar alianças. Procurava trafegar pela terra realizando os seus contatos, mas a fachada era a sua devoção religiosa. Pelo amor ao poder, antigos ateus declarados, se apresentaram como religiosos devotos. No campo evangélico deve haver uma grande conscientização de que existe uma significativa força eleitoral e política. Na busca pelo voto evangélico, muitos se declaram adoradores do Deus único e verdadeiro. Não nos prendamos às palavras, mas examinemos a vida e as obras de cada um, à luz das idéias que defendem. Vejamos também se as propostas apresentadas se abrigam ou contradizem os princípios da Palavra de Deus.
8. Conspiração – O verso 10, mostra que, finalmente, Absalão partiu para a conspiração aberta: “Enviou Absalão emissários secretos por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão é rei em Hebrom”. Insurgiu-se de vez contra o rei que havia sido ungido por Deus, para governar Israel. Não – ele não era um democrata que queria instalar uma república naquela terra. Valia-se de sua personalidade magnética, do seu poder de comunicação e das ações comentadas e registradas nos versos anteriores, para instalar um governo que seria não somente despótico, como opressor e abertamente imoral (2 Sm 16.22). Que Deus nos guarde dos políticos conspiradores, que desrespeitam as leis e autoridades e que são egoístas em sua essência.
9. Utilização de inocentes úteis – Leiamos o verso 11: “De Jerusalém foram com Absalão duzentos homens convidados, porém iam na sua simplicidade, porque nada sabiam daquele negócio”. Certamente essas duzentas pessoas, selecionadas a dedo, eram pessoas importantes e influentes. Certamente transmitiram a impressão que havia um apoio intenso e uniforme às pretensões de Absalão. Vemos que não é de hoje que as pessoas participam de uma causa sem a mínima noção de todas as implicações que se abrigam sob o apoio prestado. Devemos procurar pesquisar e estarmos informados sobre as causas públicas e sobre as questões que afetam a nossa vida e a da nossa nação. Nunca devemos permitir que sejamos utilizados como “inocente úteis” em qualquer causa, como foram aqueles “convidados” de Absalão.
10. Populismo – O verso 12 registra: “Também Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho de Davi, da sua cidade de Gilo; enquanto ele oferecia os seus sacrifícios, tornou-se poderosa a conspirata, e crescia em número o povo que tomava o partido de Absalão”. Vemos que, saindo do estágio secreto, a campanha ganhou as ruas e ganhou intensa popularidade, ao ponto em que um mensageiro chegou a dizer a David (v. 13) “o coração de todo Israel segue a Absalão”. Um dos ditos populares mais falsos é: “a voz do povo é a voz de Deus”. Não nos enganemos – muitas questões são intensamente populares, mas totalmente contrárias aos princípios da Palavra. Assim é também com as pessoas – a popularidade não é um selo de aprovação quanto ao comportamento ético e justo. Democracia (a regência pela maioria do povo) não é uma forma de se estabelecer o que é certo e o que é errado, mas uma maneira administrativa de se reger o governo sob princípios absolutos que não devem ser manipulados pela maioria, ou por minorias que se insurgem contra esses preceitos de justiça. Como cristãos, devemos ter uma visão muito clara dos princípios eternos de justiça, ética e propriedade revelados por Deus em Sua Palavra.A história de Absalão que se iniciou no capítulo 13, continua até o capítulo 18. Absalão sempre gravitou próximo ao poder, mas aspirava o poder absoluto. Para isso, fez campanha, conspirou e lutou contra o seu próprio pai. Aparentemente esse político astuto foi bem sucedido. Foi alçado ao poder e lá se consolidou perseguindo e aniquilando os seus inimigos, entre os quais classificou o seu pai Davi, a quem tentou, igualmente, matar. Ocorre que os planos de Deus eram outros. Seu conturbado reinado foi de curta duração. Causou muita tristeza, operou muita injustiça e terminou seus dias enganchado pelos cabelos em uma árvore, enquanto fugia, e foi morto a flechadas.Que possamos aprender com os erros de Absalão. Amém?



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“A Paz do Senhor, irmão!” : João 14: 27


Regularmente ouvimos esta expressão nas ruas e nas conversas. Muitos evangélicos usam essas palavras. Quase funciona como o ‘chibbolete’ de Juízes 12,8, pois quem não usa esta expressão “A Paz do Senhor”, ele não é considerado como ‘um bom crente’ pelos evangélicos.
Já falamos uma vez num estudo bíblico sobre o uso dessa expressão e nesta semana passada nós falamos de novo sobre isso no treinamento. Concordamos que uma pessoa pode usar esta expressão, mas deve usar sinceramente e não por costume. Pois observamos que muitas pessoas usam a “Paz do Senhor” sem pensar. Eles dizem “Paz do Senhor”, mas não entendem o que estão dizendo. Quem usa deve saber o que esta expressão quer dizer! Por isso queria pregar sobre a paz do Senhor, que encontramos em João 14,27 onde o Senhor diz:
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;
Não vo-la dou como a dá o mundo.
Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
E tenho mais um motivo para fazer isso, pois vivemos num mundo, que facilmente fala sobre a paz, mas também não sabe o que isso quer dizer. Penso no fim do ano: na época de Natal e na semana depois do Natal. Em todo canto do mundo as pessoas cantam os cânticos de Natal: o cântico dos anjos é ouvido até nas ruas “Paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. E no fim do ano, no dia do ano novo todo mundo se encontra e fala um ao outro “Feliz ano novo! Paz seja convosco”. Mas será que todo mundo entende o que está dizendo? No dia de Natal houve paz na terra, mas muitas vezes esta paz é uma paz ‘armada’. As pessoas falam, mas se preparam para a guerra. No dia de Natal houve paz e uma semana depois um outro carro bomba explodiu e matou 11 pessoas em Bagdá.
A “Paz do senhor” e a paz do mundo. Sobre isso fala o nosso texto:
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;
Não vo-la dou como a dá o mundo.
Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

Em primeiro lugar quero dizer alguma coisa sobre o final do nosso texto

“Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

Estas palavras são um pouco escuras. Só podemos entender, se conhecermos o contexto.
Qual é o contexto, irmãos? O contexto é o seguinte: Jesus falou estas palavras na noite antes da Páscoa. Na noite em que celebrou a primeira Santa Ceia. Muitas pessoas têm uma idéia romântica sobre esta noite. Uma idéia que é baseada nos desenhos das bíblias para crianças, como, por exemplo, a bíblia de Anna de Vries (mostra o desenho): treze homens sentados calmamente na mesa. Tudo está em paz! Também podemos pensar no desenho de Gustave Doré; ali também tudo está em paz. Mas será que tudo estava em paz? Houve paz na santa ceia? Todo mundo conhece aquela pintura famosa de Leonardo da Vinci sobre a Santa Ceia: uma mesa grande, 6 homens num lado e 6 homens no outro lado e no meio está Jesus Cristo. E quem observa bem esta pintura, descobre que a idéia de Leonardo da Vinci era diferente. Não há paz na mesa. Há muita confusão na mesa. Os homens estão agitados e irritados. Eles se levantam para discutir. Uma coisa foi dita que perturbou a paz daquela noite. Palavras amargas foram ditas. Jesus tinha dito (13,21): “Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá”. Estas palavras causaram uma grande confusão! E esta confusão aumentou ainda mais, quando Jesus disse: “Meus filhinhos, vou estar com vocês apenas mais um pouco. Vocês procurarão por mim, mas para onde eu vou, vocês não podem ir”.
Os apóstolos não entenderam nada destas palavras.Pedro lhe perguntou: “Senhor para onde vais?” E Jesus respondeu: “Para onde eu vou, vocês não podem seguir-me agora, mas me seguirão mais tarde”. Mas Pedro insiste. Ele não quer soltar o Senhor e por causa disso ele responde: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti! Palavras boas, mas ele entendeu o que estava dizendo? Pois Jesus lhe perguntou: “Você dará a vida por mim? Asseguro-lhe que, antes que o galo cante, você me NEGARÁ... nem uma vez, nem duas vezes, mas três vezes!”.
E estas palavras de novo perturbam o grupo dos homens. Parece que tudo é uma mentira. Eles estão celebrando a Santa ceia, pela primeira vez; parece que tudo está em paz, mas um saiu para trair o mestre; o outro negará o mestre e o resto dos discípulos fugirá. SERÁ QUE HOUVE PAZ NA MESA?
Podemos imaginar que os discípulos ficam perturbados, pois depois disso Jesus fala palavras para se despedir. Ele vai se afastar dos seus discípulos. E o que isso quer dizer?
Imagine irmãos, que nós estivéssemos reunidos, como agora. E eu vou dizer: “Irmãos, quero falar com vocês. Estou triste. Esta semana um de vocês me decepcionou profundamente. Dei toda a minha confiança a ele, mas ele me atraiçoou. Isso me deixa muito triste mesmo. Vou deixar vocês. Falei com a minha esposa. E decidimos: Vamos para outro lugar. Longe daqui”. Como seria a sua reação, irmãos? Estas palavras não iam dar um choque? Isso não ia perturbar vocês? Com certeza!
Então, irmãos, imaginem a situação dos apóstolos. Pois vai ter uma separação e uma separação indica muitas vezes uma separação de almas; As pessoas não podem mais andar juntas: Como Paulo é Barnabé em Atos 15,39. Eles tinham um desentendimento; tiveram opiniões diferentes e não chegaram a um entendimento. Então houve uma separação de almas e o efeito final foi também uma separação dos irmãos.
Uma separação indica muitas vezes uma separação de almas: Como também muitas vezes acontece no mundo: duas pessoas se amam e se casam. Homem e mulher: uma alma só. Mas depois de certo tempo a vida se muda; o amor se esfria; as diferenças ficam mais claras; as diferenças são mais acentuadas; um não quer mudar por causa do outro: uma separação de almas; e muitas vezes isso termina em uma separação da cama, e mais tarde numa separação da casa.
Uma separação indica muitas vezes uma separação de almas. Assim é a vida. Então, quando Jesus mostra que ele vai deixar os seus alunos, dizendo que Ele vai para o seu Pai, os alunos ficaram assustados (1). Mas Jesus quer mostrar que ele vai EM PAZ. Ele vai ao Pai e isso será em favor dos seus alunos. Ele não vai deixá-los como ‘órfãos’. Ao contrário. Ele promete outro Consolador.
Jesus se despede em paz e por causa disso ele os consolou e disse:

Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
A minha paz vos dou;
Não vo-la dou como a dá o mundo.

O que ele quer dizer com isso. O que é errado com a paz do mundo?
Quero dizer duas coisas sobre isso;
Em primeiro lugar: o mundo tem uma outra idéia de paz. Já é interessante para ver as idéias diferentes que existia entre os Romanos, os Gregos e os Judeus em respeito da paz. Para os habitantes de Roma ‘paz’ era uma palavra mais jurídica. “Paz” queria dizer: ‘uma boa relação entre as pessoas’. Com as palavras “Paz seja convosco”, o Romano queria dizer: espero que tenhas uma boa relação com a gente.
Os gregos pensavam duma outra maneira. A historia deste povo foi diferente; Grécia conhecia muitas guerras. Falando sobre a ‘paz’, o grego pensava ‘num período sem guerra’. Com as palavras “Paz seja convosco”, o grego queria dizer: espero que não haja guerra.
Os Hebreus usavam a palavra “Shalom”, falando sobre a paz. A “Shalom” da Bíblia é muito mais abrangente do que boas relações ou um tempo sem guerra. A “Shalom” da Bíblia se refere ao bem estar, prosperidade. E isso está ligado com Deus. Shalom é um presente de Deus. Shalom é uma benção. A Shalom da Bíblia está ligada com a aliança de Deus. Onde há uma aliança, ali há Shalom.
No segundo lugar: a paz do mundo é uma mentira. O mundo fala sobre paz, mas se prepara para a guerra. O mundo quer paz, mas não dá paz. Quem mostrou isso claramente é o profeta Isaías. O que ele diz no capítulo 59 nos ajuda a entender essas palavras de Jesus. Ele analisou a vida do mundo e chegou a esta conclusão:
“A suas mãos estão manchadas de sangue, os seus dedos de culpa.
Os seus lábios falam mentiras, e a sua língua murmura palavras ímpias.
Ninguém pleiteia sua causa com justiça, ninguém faz defesa com integridade.
Apoiam-se em argumentos vazios e falam mentiras;
Concebem maldade e geram iniqüidade.
Chocam ovos de cobra e tecem telas de aranha.
Quem comer seus ovos morre e de um ovo esmagado sai uma víbora.
Suas telas não servem de roupa; eles não conseguem cobrir-se com o que fazem.
Suas obras são más, e atos de violência estão em suas mãos.
Seus pés correm para o mal, ágeis em derramar sangue inocente,
Seus pensamentos são maus; ruína e destruição marcam os seus caminho;
NÃO CONHECEM O CAMINHO DA PAZ;
NÃO HÁ JUSTIÇA EM SUAS VEREDAS.
ELES AS TRANSFORMARAM EM CAMINHOS TORTUOSOS;
QUEM ANDAR POR ELES NÃO CONHECERÁ A PAZ.

Assim é a situação no mundo, irmãos. A paz do mundo é uma mentira.
O mundo fala sobre paz, mas planeja maldade; não há justiça e por causa disso não há paz neste mundo, e nunca haverá, se depender do homem. Nem no mundo, nem nas igrejas, nem nas casas. A verdadeira paz não vem do homem, a história do mundo já provou isso; a verdadeira paz vem do Senhor.
Mas o que isso quer dizer? Podemos usar freqüentemente a expressão “Paz do Senhor”, mas esta expressão não tem muito valor se não entendemos sobre o que estamos falando. Estas palavras podem se tornar numa mentira, se não usarmos sinceramente. Ouvi pessoas dizer isso, enquanto eles não vivem em paz com a sua esposa; encontrei pessoas que usavam esta expressão “Paz do Senhor”, mas eles não tinham paz com o Senhor, pois no mesmo momento estavam traindo a sua mulher. Ouvi mulheres dizer isso “Paz do Senhor” e logo depois disso começaram a fala mal duma outra irmã na igreja. Tiago já disse: “Com a língua bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos a semelhança de Deus. Da mesma boca procedem a benção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim!”.
A boca do mundo dá paz, mas o coração está com maldade. Esta paz é uma mentira. E isso é a grande diferença com Jesus. Pois a paz de Jesus não é uma mentira.

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;

Jesus se despede em paz. Isso era um costume em Israel. Jesus fez isso em vários momentos. Aqui, mas também em João 20: 19.21 e 26!
A paz de Jesus não é uma promessa. Ele dá paz: a sua paz: a verdadeira paz.
Esta paz está ligada com o alvo da sua vida: estabelecer paz na terra; Esta paz é mais do que um sentimento: uma PAZ INTERNA. Também mais do que um período sem guerra. A paz do Senhor vem de Deus. Esta paz está ligada com a remissão dos pecados; a reconciliação pelo sangue de Cristo;
Cristo fala sobre esta paz. Esta paz com Deus. Ele vai deixar os seus discípulos, mas antes disso ele vai conquistar a paz, a remissão dos pecados, a reconciliação com Deus pela sua morte na cruz. Só depois disso, ele pode deixar os seus discípulos; Ele vai sair, mas deixa-lhes A PAZ!
Cristo estabeleceu esta paz com Deus e o Espírito Santo nos dá paz, pela pregação e pela fé em Cristo Jesus. Ele nos consola, pregando o evangelho, exortando e edificando a todos, dizendo que há paz com Deus pelo sacrifício de Cristo na cruz.
A PAZ é um fruto do Espírito Santo (Gal. 5,22). E só Cristo pode nos dar esta paz. O mundo pode dar paz, mas não como Cristo; Cristo nos deu o Espírito Santo. O mundo não conhece o Espírito Santo. O mundo não tem o Espírito de Deus, que é amor. A paz do Senhor se estabelece na nossa vida pelo trabalho do Espírito Santo, irmãos. Pois o Espírito Santo nos dá o que temos em Cristo.
Jesus falou sobre isso: como o Espírito Santo vai fazer isso. Ele disse (João 16,8): “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo [-] e Ele glorificará o Cristo (14). Assim Ele nos consolará: Com o evangelho de Cristo.
O Espírito de Cristo nos ensina que temos paz com Deus. Paz, baseado no sacrifício de Cristo; A Salvação em Cristo traz paz (Lucas 1,79 e 2,14) Paz na terra! Onde Cristo reina pelo Espírito e a Palavra, ali se encontra PAZ; paz no coração, paz na casa, paz na igreja; Uma pessoa que sabe que tem paz com Deus, porque os seus pecados são perdoados, aquela pessoa está disponível para perdoar os seus próximos. Em redor dele encontra-se paz. Dentro da igreja se encontra-paz (1 Cor. 14,33); Esta paz é baseada no sacrifício de Cristo, na paz com Deus. Baseado no sacrifício de Cristo, Paulo pode dizer no inicio das suas cartas: GRAÇA E PAZ a vós outros da parte de Deus nosso Pai e de Jesus Cristo. Jesus fez isso também quando encontrou os seus discípulos. E ele mandou esta paz do céu às sete igrejas em Ásia menor (Apoc. 1,4). A verdadeira paz se encontra ali no céu, mas também aqui no nosso coração pelo poder do Espírito Santo. A paz traz também alegria. Vamos cantar com alegria Hino 46. Santa paz e perdão é a nova lá dos céus! Santa paz e perdão, bendito o nosso Deus.
Amém?

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