terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A REBELDIA DE MOISÉS E A MORTE DE MIRIÃ E ARÃO

Números; 20. A morte de Miriã vem no início deste capítulo, e a morte de Arão no fim, quatro meses mais tarde. Entre os dois acontecimentos temos a rebeldia de Moisés e Arão e a inimizade do rei de Edom.
A perambulação do povo de Israel através do deserto estava chegando ao fim, e este capítulo começa no primeiro mês do quadragésimo ano desde que havia saído do Egito, tendo eles vagueado pelo deserto e por fim voltado a Cades, de onde haviam partido trinta e sete anos antes.
O relato desses trinta e sete anos estão todos contidos em Números ; 14 e ;20 o que não é muito. Não foram anos de grandes bênçãos para o povo, e durante eles todos os israelitas de vinte anos ou mais que haviam saído do Egito morreram, ou estavam para morrer até se completar esse ano, fora Calebe e Josué, para se cumprir o castigo de Deus sobre a sua incredulidade (Números; 14,28-30).
Também quando nos deixamos esmorecer pela incredulidade, e não agimos pela fé segundo a vontade de Deus, deixando de testemunhar de Cristo e de fazer uso dos nossos dons espirituais dentro e fora da igreja de Cristo, somos estéreis, e nada acontece de importância. Não estamos prosseguindo para o alvo, mas vagueando sem destino.
A morte de Miriã é relatada em sete palavras! Não se fala em pranto, luto ou qualquer cerimônia especial.
Depois de todos esses anos, a nova geração estava se esquecendo que sua perambulação era o resultado do pecado dos seus pais, e começaram a por a culpa em Moisés.
Freqüentemente nossas encrencas resultam de nossa desobediência ou incredulidade. Não podemos acusar a Deus por elas e, enquanto não compreendermos isso, teremos pouca paz e crescimento espiritual.
Por causa da falta de água, o povo contendeu contra Moisés - foi sua sétima murmuração contra este servo de Deus, novamente em Cades. A terra de Canaã, com fartura de tudo, estava próxima, mas eles ainda não haviam chegado. É bom nos lembrarmos que não estamos aqui permanentemente: somos peregrinos neste mundo e um dia vamos sair daqui. Portanto não percamos o nosso tempo em lamentações sobre as condições do meio em que vivemos.
Novamente, como acontecia sempre que o povo contendia com Moisés, a glória do SENHOR apareceu, para resolver a situação. Ele mandou que Moisés tomasse a vara (de Arão), ajuntasse o povo e, com Arão, falasse à rocha para dela obter água.
Agora sabemos que a rocha era uma figura de Cristo (1ª Coríntios; 10,4). Muitos anos antes a rocha havia sido ferida por Moisés para obter água (Êxodo; 17,5-6); para se manter o simbolismo, a rocha não deveria ser ferida novamente, pois Cristo iria ser ferido, ou crucificado, uma única vez pelos nossos pecados (Hebreus; 10,12). A água abundante simboliza o derramamento do Espírito Santo, que satisfaz a sede espiritual e fortalece com Seu poder.
A ação de Moisés, declarando "porventura faremos sair água desta rocha", e ferindo a rocha duas vezes com a vara resultou de:
incredulidade: da outra vez obteve água ao bater na rocha; ele não cria que apenas falar à rocha daria resultado, e a sua incredulidade aparecia na palavra porventura.
petulância: não santificou (obedeceu) o SENHOR diante dos filhos de Israel, mas, dizendo faremos ele se arrogou autoridade que pertencia somente ao SENHOR, e feriu a rocha.
Moisés não somente prejudicou o simbolismo da rocha com a sua desobediência, mas exaltou-se a si próprio.
Assim mesmo, o SENHOR fez o milagre, e saíram muitas águas (fontes) da rocha. Mas Moisés foi castigado por sua incredulidade (o mesmo pecado que o povo havia cometido 37 anos antes) com a proibição de entrar na terra prometida (o mesmo castigo que o povo sofreu).
Meribá é um jogo de palavras, no hebraico, com o verbo "contender", e este nome havia sido dado ao lugar quando a rocha fora ferida da primeira vez (Êxodo; 17,7).
Moisés, entretanto, havia sido instruído pelo SENHOR a deixar o deserto e levar o povo para a fronteira oriental de Canaã, ao norte do mar Morto (Deuteronômio; 2,2-7). Do ponto onde se encontravam, havia um caminho real usado pelas caravanas, que atravessava a terra de Edom e ia até o lugar desejado.
Edom era a terra onde Esaú se estabeleceu, e os habitantes eram seus descendentes, portanto parentes distantes dos Israelitas, falando a mesma língua. Sua capital era Bozra, da qual ainda existem ruínas, e também habitavam a cidade de Petra, cavada na rocha, e abandonada dois séculos após Cristo.
Humildemente, Moisés mandou mensageiros até o rei de Edom, pedindo permissão para atravessar o seu território. Mesmo com a promessa de passarem a pé e de lhe pagarem pela água que consumissem, e de se manterem na estrada sem tocar em suas vinhas ou os seus poços, o rei de Edom proibiu sua passagem, e foi ao encontro dos israelitas tendo ajuntado muita gente armada. Os edomitas temiam os israelitas, não sabendo que o SENHOR havia proibido os israelitas de tocar neles (Deuteronômio; 2,5).Obediente a Deus, Moisés não se impôs, mas tomou outro caminho. Parece que Moisés não estivera seguindo a nuvem do SENHOR, mas quisera abreviar a viagem atravessando o território de Edom. Não deu certo. Também nós às vezes procuramos tomar um atalho que nos parece melhor do que o caminho de obediência a Deus, pensando que o fim justifica os meios. Igualmente não dá certo.
Quatro meses depois da morte de Miriã, o Sumo sacerdote Arão morreu no cume do monte Hor, aos 123 anos de idade (Números; 33,38-39). Por causa da sua rebeldia, ele não viu a terra da promessa. Também há muitos crentes, salvos por terem recebido a Cristo como seu Salvador, que nunca chegam a gozar dos frutos da sua salvação e da paz do Espírito em suas vidas. Por causa da sua incredulidade não sabem o que é andar em comunhão com o Senhor Jesus.
Houve muita tristeza em Israel: o povo chorou a Arão trinta dias. Eles conheciam Arão e Arão os conhecia também. Decerto haviam sido confortados por ele muitas vezes, quando traziam os seus sacrifícios, e ensinados por ele a respeito das coisas de Deus.
Em lugar dele foi investido seu filho Eleazar (as vestes sacerdotais de Arão foram tiradas de Arão, logo antes de sua morte, e colocadas em Eleazar). Seria um novo relacionamento com o povo. Temos o privilégio de ter um Sumo Sacerdote melhor que Arão, pois Ele vive eternamente para fazer intercessão por nós: nunca morre! Ele nos conhece, e nós O conhecemos, e podemos confiar nEle.
A morte de Arão marca o fim da perambulação do povo. A partir daí Israel marcha ou para, não mais vagueia. Passar pelo deserto, a caminho do Egito até a terra de Canaã, era uma disciplina necessária, envolvendo:
O Mar Vermelho (como a cruz de Cristo, a morte dEle, que nos traz vida, separando-nos do mundo - Gálatas; 6,14)
Elim (o poder de Deus que nos dá restauração e descanso)
Sinai (a santidade de Deus confrontada com nossa natureza pecaminosa - Romanos; 7,7-24)
Mas as perambulações do povo pelo deserto nos restantes 38 anos, por causa da sua incredulidade, é para nossa advertência, e não imitação, exceto pela graça de Deus, que ainda permitiu que os mais novos do povo entrassem na terra da promessa (1ª Coríntios; 10,1-11; Hebreus; 3,17-19).
Existe um descanso presente que nos é dado por Deus, do qual o sábado e Canaã são figura, no qual os crentes podem, e devem, entrar pela fé (Hebreus; 3,1 e 4,16)Houve um tempo que o Senhor me levou a estudar sobre a vida de Moisés, e me deu dois estudos sobre ele; Moisés - o homem, mas manso da terra; e O líder que Deus chama. Depois de analisar alguns fatos que ocorreram dentro de uma determinada igreja recebi uma palavra de Deus, me mandando atentar para a vida de Moisés, e fiz isso isso. E pela sua infinita misericórdia me deu este estudo glorioso. Sobre a desobediência de um homem de Deus, não um homem comum mais um líder, com seu chamado comprovado e aprovado por Deus. Nunca devemos esquecer de quem éramos (passado), de quem somos (presente), e do que seremos (futuro) nas mãos de Deus se realmente ouvirmos a sua voz e obedecermos, pois, de nada adianta só ouvirmos e não pormos em prática a Palavra de Deus. Não adianta nada termos obedecidos ontem. E hoje? Hoje é um novo dia. Temos de obedecer de novo e todos os dias, obedecer sempre. Ezequiel ; 33,13; “Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar iniqüidade, não virão em memória todas as suas justiças, mas na iniqüidade, que pratica, ele morrerá”. Mas existem casos (como foi o de Moisés) que Deus julgou por aquele momento, e o que a pessoa fizer depois não mudará mais a sentença. Pois, a quem muito é dado muito será cobrado.
Em números ; 20,7-12, Deus mandou Moisés pegar a sua vara e ajuntar toda a congregação, porque Deus queria glorificar o nome Dele naquele dia. E Deus lhe disse: “Falai a rocha perante os seus olhos, e darás a sua água; assim, lhes tirarás água da rocha e darás a beber á congregação” . Em seguida logo após ouvir a palavra do Senhor, Moisés tomou a vara obedecendo ao que Deus lhe dissera. Mas na hora de pôr em prática a Palavra de Deus, ele decidiu fazer da sua maneira. Decidiu ferir a rocha. Coisa que Deus não o havia mandado fazer. Observamos com essa atitude que, não adianta obedecermos em parte, como foi o caso de Moisés. Muitos obedecem à voz de Deus só até onde lhes é proveitoso, mas agem como querem. Só tem aparência de servos, mas no interior querem ser senhores de si mesmos, e dos outros também. Note que Moisés pegou a vara e foi, mas na hora de executar a ordem, a coisa mudou de direção. Quantos começam bem, colocando a Palavra de Deus acima de tudo. E hoje, observamos vários líderes caídos e fora da direção. Pensam que estão na direção porque estão vivendo do passado, de pregação do passado, das experiências do passado, de renúncias que fizeram no passado. Mas e hoje, como estão? Cadê a palavra da revelação que não tem mais os alcançado? Vivem como os sinos que ressoam mais não tem mais unção. Esse foi o caso de Moisés. Deus no passado o havia mandado ferir a rocha, ele feriu e o milagre aconteceu. Só que agora era diferente, Deus o mandou somente falar a rocha.
Moisés se apegou ao passado, porque tinha ferido a rocha uma vez resolveu ferir de novo; só que desta vez fez sem a direção de Deus, e pagou muito caro por isso. Tem gente que se apega somente as experiências do passado, e se esquecem que a cada dia Deus tem novas experiências para nos dar. Portanto, se a tua vida está sendo movida pelos feitos do passado, desperta! Deus quer te dar experiências novas, agora, hoje!
Porque Deus mandou Moisés falar a rocha, e não feri - lá? A rocha era Cristo. A primeira vez que Deus mandou Moisés ferir a rocha (Ex; 17,1-7), Deus queria que esse ato simbolizasse o sacrifício expiatório de Cristo lá na cruz. Pois, lá na cruz, Ele foi ferido pelas nossas transgressões (Is; 53). Quando Deus diz para Moisés falar à rocha, é porque a rocha já havia sido ferida antes. Moisés desobedeceu, e desobedeceu feio, pois Deus jamais suportaria ver a rocha (seu filho) ferida duas vezes. Cristo foi ferido uma única vez, portanto, não era mais necessário, Moisés ferir a rocha novamente. Nessa segunda vez ele feriu a rocha duas vezes, ou seja, ele estava confirmando a sua sentença, pois, dois é o número da confirmação, e com isso foi confirmado que por esse ato de desobediência ele não entraria na terra prometida.
Moisés não somente desobedeceu a Deus, mas tentou receber a glória para si mesmo . E isso Deus jamais permitirá, pois, Ele não divide Sua glória com ninguém. Veja o que aconteceu com o rei Herodes; foi comido de bicho porque não deu a Deus a glória que lhe era divida. Cuidado! Se você acha que, o que você está fazendo é por mérito seu; é porque você está acima dos outros; tem mais conhecimento que os outros; manda e desmanda. Deus não divide a glória Dele com ninguém.
Observe que mesmo depois da desobediência de Moisés: Ele feriu a rocha e Deus não havia o mandado, mas mesmo assim saiu água da rocha. Podemos pensar: Se ele desobedeceu, porque Deus permitiu que a água saísse da rocha? Porque a água saiu da rocha mesmo Moisés a ferindo? Porque o objetivo de Deus é o povo, o propósito e objetivo de Deus era para com o povo. O nosso Deus é justo. O povo não iria pagar, não iria ficar com sede por causa da prepotência e vaidade de Moisés. Fica bem claro que o alvo de Deus era, é, e sempre será o povo. Com o líder Moisés Deus tratou pessoalmente. Hoje em dia muitos se acham o máximo, o tal, e nem percebem que não estão mais na direção de Deus. Deus só está contando com eles ainda por causa do povo sedento da Palavra. Só que a sentença dos tais já está decretada diante de Deus, pois, se tem uma coisa que Deus não tolera, é quando o homem se exalta a si mesmo. Com certeza Deus trará todas essas coisas a juízo, como fez com Moisés, ele quis aparecer e com isso perdeu a benção. Observe que por um ato tão aparentemente simples Moisés não alcançou a promessa de entrar na terra prometida. Paulo disse: “Temo que depois de ter posto muitos na carreira, eu mesmo não venha ser desclassificado”. Esse foi o caso de Moisés, e tem sido o caso de muitos.
Moisés não perdeu a salvação, ele foi salvo, isso fica bem claro quando ele aparece com Elias na transfiguração. Não perdeu a salvação mais perdeu a promessa. Não desfrutou daquilo que Deus havia projetado para sua vida. Muitos podem até não perder a salvação, mas perdeu a plenitude, a glória com que Deus queria usá-los aqui nessa terra. Estão vivendo a sua vidinha fora da direção e estão crentes que estão abafando. Sabe quando perceberão que não estão mais na direção? Quando não verem se cumprir as promessas de Deus em suas vidas. Como foi o caso de Moisés ao partir desta terra, e não desfrutou da promessa que Deus o havia feito. Portanto, se você é um líder, que teve um chamado glorioso de Deus, cuidado! Moisés também o teve, e que chamado glorioso, mas por um simples vacilo tão pequeno aos nossos olhos, mas gravíssimo aos olhos de Deus não desfrutou da promessa.
Qual tem sido o teu vacilo? A tua queda? É a falta de amor? De perdão? É o fazer acepção entre os irmãos, os que dão um dízimo maior tem lugar de destaque na tua igreja? É a aliança com políticos? É não dar a Deus a glória devida? É exaltar-se a si mesmo? Ou é a inveja de verem os outros crescendo diante de ti? Infelizmente para Moisés não houve mais volta, ele chorou, clamou, ao ponto de Deus lhe falar: “Basta Moisés não me fales mais neste assunto”. “Põe a tua boca no pó talvez para você ainda haja esperança”. “Volta ao primeiro amor”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário