terça-feira, 26 de janeiro de 2010

7 DÍVIDAS QUE TEMOS COM NOSSO PAIS




Efésios 6:1–4.
Vamos
olhar para “Sete Dívidas que Temos com os
Nossos Pais”1 .
Alguns diriam que não devem nada aos pais.
Assisti a um filme alguns anos atrás, em que um
pai insistia que ele tinha direito a um pouco de
respeito. O filho adulto lhe respondeu que ele
não devia nada ao pai. Ele disse que não pedira
para vir ao mundo e, uma vez que o pai era responsável
por ele estar ali, o pai lhe devia tudo.
A perspectiva bíblica não é unilateral. Embora
a Bíblia enfatize que os pais devem muito aos
filhos — por serem responsáveis pela vinda deles
ao mundo — ela também enfatiza que os filhos
devem algo para os pais. Se não fosse pelos pais,
os filhos não estariam vivos. O dom da vida é um
dom especial.
Por isso Efésios; 6,1–4 desafia tanto os pais
quanto os filhos:
Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor,
pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe
(que é o primeiro mandamento com promessa),
para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre
a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos
filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na
admoestação do Senhor.
Alguns pais vivem como se só os filhos
tivessem responsabilidades. Alguns filhos vivem
como se só os pais tivessem responsabilidades.
Nenhuma dessas atitudes está certa. Já vimos
como os pais têm a responsabilidade de cuidar
dos filhos e treiná-los. Em retribuição a isto, o
que devemos aos nossos pais?

Quando Paulo falou de pessoas se desviando
de Deus, ele incluiu este indício de como se
tornariam impiedosas: “nem lhe deram graças…”
Se há uma pessoa a quem devemos ser agradecidos,
essa pessoa é o nosso pai e a nossa mãe. Já
mencionei que eles nos deram o dom da vida.
Eles também nos amaram e cuidaram de nós .
Bergen Evans dirigiu-se certa vez a uma classe
de formandos na Universidade Estadual da
Pensilvânia. Ele sabia que estava falando para
jovens que não valorizavam o que a geração
anterior tinha realizado — jovens que culpavam
seus pais pelos males do mundo. Em seu discurso,
ele salientou que a geração de seus pais aumentou
a expectativa de vida, diminuiu pela metade a
jornada de trabalho, aumentando ao mesmo
tempo a renda per capita, e deu-lhes um mundo
mais saudável do que quando o encontraram . ( Reconheço que alguns pais não amam os filhos nem
cuidam deles, mas são exceções à regra.) A maioria dos seus
ouvintes têm (ou tiveram) pais que fizeram o melhor possível.
Ele falou dos sacrifícios feitos pela geração
dos seus pais e a geração anterior, e como essas
gerações haviam determinado que a vida deveria
ser melhor para os seus filhos.
Ele disse aos seus ouvintes: “Porque eles
fizeram o melhor possível por vocês, vocês
são a geração de maior estatura, a geração mais
saudável, brilhante e talvez a mais bonita a
habitar este país”. Ele fez aqueles jovens se
lembrarem de que, graças aos esforços de seus
pais, “eles iam trabalhar menos horas, aprender
mais, ter mais tempo de lazer, viajar para lugares
mais distantes e ter mais de uma oportunidade
para perseguir o ideal de suas vidas”.
E concluiu com o seguinte pensamento: “Se a
geração de vocês puder fazer tanto quanto essas
duas gerações fizeram, vocês serão capazes de
resolver muitos dos males que ainda restam na
terra… Mas não será fácil. E vocês não conseguirão
fazer isto tendo um pensamento negativo,
nem destruindo, nem depreciando. Vocês só
conseguirão fazer isto com trabalho árduo,
humildade e fé na humanidade” .
Nossos pais não nos introduziram num mundo
perfeito. Afinal de contas, este mundo está
corrompido pelo pecado (Gênesis; 3,17, 18). Como
um todo, porém, a terra não é um lugar ruim para
se viver enquanto nos preparamos para a eternidade.
As gerações que nos precederam merecem
um pouco de crédito.
Segundo psicólogos, uma das necessidades
básicas do homem é sentir que ele tem valor, a
necessidade de ser estimado. A Bíblia não
discorda dessa conclusão. Você tem consideração
pelos seus pais? Você é agradecido por tudo
que eles fizeram por você? Você diz a eles quanto
os considera e estima?
Devemos aos nossos pais respeito — não porque
eles estão sempre certos, mas simplesmente
porque eles são nossos pais. Essa verdade básica
foi enfatizada muito tempo atrás nos dez mandamentos:
“Honra teu pai e tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias na terra que o Senhor,
teu Deus, te dá” (Êxodo; 20,12). A palavra “honra”
inclui respeito e tudo o que está implícito nele.
Quando o mandamento foi repetido em Levítico;
19,3, lê-se: “Cada um respeitará7 a sua mãe e o seu
pai…”.
O mandamento incluía este maravilhoso
benefício para os filhos obedientes: “para que se
prolonguem os teus dias”. Os dias dos filhos
obedientes seriam “prolongados” porque não
seriam mortos pela desobediência (como veremos
logo a seguir). Os dias deles também seriam
prolongados porque aprenderiam bons hábitos,
os quais aumentariam a extensão de suas vidas.
O mais importante de tudo é que os dias deles
seriam prolongados porque eles obedeciam a
Deus e Deus os abençoaria.
A instrução básica para os filhos respeitarem
os pais foi repetida e ampliada em Deuteronômio;
5,16:
Honra a teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu
Deus, te ordenou, para que se prolonguem os
teus dias e para que te vá bem na terra que o
Senhor, teu Deus, te dá.
Nessa ocasião, Moisés enfatizou que se tratava
de uma ordem direta de Deus. A conseqüente bênção
também se estenderia. A promessa geral era
“que te vá bem”. A vida “vai bem” para o filho que
aprende respeito dentro do lar: ele será um estudante
melhor, um colega melhor, um pai ou mãe
melhor e um empregado ou empregador melhor.
Em Deuteronômio; 27, quando Moisés deu
instruções para a renovação da aliança tão logo
os israelitas entrassem na terra prometida, essa
mesma ordem foi incluída — mas de uma forma
negativa: “Maldito aquele que desprezar a seu
pai ou a sua mãe” (v, 16).
No Novo Testamento, quando o jovem rico
foi até Jesus perguntando o que ele deveria fazer
para herdar a vida eterna, Jesus repetiu vários
dos dez mandamentos, incluindo: “honra a teu pai
e a tua mãe” (Lucas; 18,20). O jovem rico estava
apto para dizer: “Tudo isso tenho observado
desde a minha juventude” (v, 21).
A maior prova de que cada um de nós tem valor é o
fato de Deus nos amar e dar o Seu Filho para morrer na cruz
por nós. Em outras palavras, temos valor independentemente
das pessoas expressarem consideração por nós. Apesar
disso, a Bíblia ensina que devemos expressar consideração
e estima uns pelos outros. (Veja, por exemplo, Efésios; 1,16;
1ª Tessalonicenses; 5,12.) “temerá a sua mãe e a seu pai”. Como temos
demonstrado várias vezes nesta série, a palavra “temor”
neste contexto indica “profundo respeito, reverência nada tem com mêdo”.
O respeito pelos pais é uma necessidade tão
básica que a ordem se repete palavra por palavra
como parte do Novo Testamento de Jesus: “Honra
a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento
com promessa), para que te vá bem, e
sejas de longa vida sobre a terra” (Efésios 6:2, 3).
Como podemos mostrar respeito pelos nossos
pais?
1) Mostramos respeito (ou a falta dele) pela
maneira como falamos com os pais. Em Isaías;
45,10 encontramos este versículo interessante: “Ai
daquele que diz ao pai: Por que geras? E à mulher:
Por que dás à luz?”. A Bíblia Viva parafraseia da
seguinte forma: “Também está perdida a criança
que, gritando, pergunta a seus pais: ‘Por que
vocês me fizeram nascer? Não sabem fazer nada
direito?’” No contexto, o escritor estava falando
da atitude do homem para com seu Criador, mas
essas palavras descrevem graficamente o jovem
desrespeitoso que culpa os pais por tudo.
No Antigo Testamento, aquele que amaldiçoava
o pai ou a mãe deveria ser apedrejado até a morte
(Êxodo; 21,17; Levítico; 20,9; Provérbios; 20,20; e
também Provérbios; 30,11). Se esse mandamento
fosse obedecido hoje, em certos lugares, a população
seria consideravelmente reduzida.
2) Mostramos respeito (ou a falta dele) pela
maneira como falamos de nossos pais. Quando
Cam caçoou do estado lastimável de seu pai,(O texto deixa implícito que de alguma maneira Cam
desrespeitou o estado alcoólico de seu pai.)
Noé, ele foi amaldiçoado (Gênesis; 9,20–25).
3) Também mostramos respeito (ou a falta
dele) pela maneira como agimos; palavras são desnecessárias
para quem é desrespeitoso. Provérbios;
30,17 fala dos “olhos de quem zomba do pai
ou de quem despreza a obediência à sua mãe”,
dizendo que “corvos no ribeiro os arrancarão e
pelos pintãos da águia serão comidos”. Quando
leio isso, posso ver um adolescente protestando
após ser repreendido: “O que foi que eu falei de
mais?” — e o pai ou a mãe respondendo: “Não
foi o que você falou, mas o jeito que você virou os
olhos”. No Antigo Testamento, o filho que de alguma
maneira maltratasse os pais era uma vergonha e
uma desgraça (Provérbios; 19,26). O filho que agredisse
fisicamente seu pai ou sua mãe deveria ser
morto (Êxodo; 21,15). Poderíamos fazer uma longa
lista de maneiras pelas quais os filhos podem
mostrar respeito — ou a falta dele — pelos pais.
Quando o profeta Miquéias falou da má
situação dos seus dias, ele disse: “Porque o filho
despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe”
(Miquéias; 7,6). Devemos respeito aos nossos pais.
Obedecer aos pais está intimamente ligado
ao desafio de respeitá-los. Deixar de obedecer
aos pais é um problema constante. Quando Paulo
estava descrevendo a decadência da sua época,
ele incluiu estes sintomas: “jactanciosos, arrogantes…
desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes”
(2ª Timóteo; 3,2).
Alguns anos atrás, Eleanor Roosevelt escreveu
em sua coluna num jornal diário: “Poderia ser
animador para muitos de nós que se preocupam
com o estado do nosso mundo e, particularmente,
com os nossos jovens, nos lembrarmos de que os
problemas de hoje existem há muito tempo” . A
seguir, ela citou esta frase: “Nossa terra está
degenerada nestes últimos dias; suborno e
corrupção são comuns; os filhos já não obedecem
aos pais; o fim do mundo está visivelmente se
aproximando” . A seguir, ela revelou que essas
palavras eram de uma lápide assíria, escrita por
volta de 2800 a.C.
A Sra. Roosevelt partilhou outra citação: “Os
filhos de hoje amam o luxo; têm maus modos,
desprezam a autoridade. Os filhos de hoje são
tiranos, não são servos dentro dos seus lares.
Contradizem os pais, resmungam diante das
visitas, devoram a comida à mesa, tiranizam
seus professores” . Essas palavras foram escritas
por Platão, três séculos antes de Cristo, citando
Sócrates da Grécia antiga. (Eleanor Roosevelt era a esposa de Franklin D.
Roosevelt, o trigésimo segundo presidente dos Estados
Unidos (1933–1945).)
O ensino de Efésios; 6,1 é simples e direto:
“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto
é justo”. Temos de obedecer a nossos pais porque
eles são sempre justos? Não, temos de obedecer
a eles porque “isto é justo”. Ser obediente é a
maneira justa, correta, de viver. A expressão “no
Senhor” tem a ver com o seu relacionamento
com o Senhor, com o fato de você ser cristão. Se
você e seus pais são cristãos, isso faz do relacionamento
entre vocês algo duplamente especial.
Mesmo se os seus pais não forem cristãos, você
deve obedecer a eles, pois esta é a vontade de
Deus. “Isto é justo.”
Em Colossenses; 3,20, Paulo acrescentou outro
pensamento: “Filhos, em tudo obedecei a vossos
pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor”. “Em
tudo” significa “em tudo que não vai diretamente
contra a vontade de Deus” (veja Atos; 5,29). O
filho que fizer isto, disse Paulo, agradará a Deus.
Jesus era Filho do próprio Deus, mas na sua
adolescência Ele “era submisso” a José e Maria
(Lucas; 2,51).A maioria dos pais vê a necessidade de
orientar os filhos pequenos. Poucos filhos (se é
que haveria algum) sobreviveriam até a idade
adulta se alguém não os livrasse de perigos como
uma rua com tráfego intenso ou brincar com
fogo. Os adolescentes podem não admitir que
ainda precisam de orientação, mas precisam.
O que significa um filho obedecer aos pais?
Significa que o filho faz o que seus pais mandam
depois de repetidos resmungos? Não, a verdadeira
obediência significa que o filho atende rapidamente,
com alegria, até antecipando pedidos. É
isto o que Deus deseja, e esse comportamento é
uma alegria para qualquer pai ou mãe.
Deus se preocupa com a obediência dos filhos
aos pais — não só por causa do efeito disso em
cada lar, mas também por causa do efeito disso
na sociedade como um todo. Edward L. Kast
escreveu:Através da dependência dos pais e da obediência
a eles por longos períodos, os filhos aprendem
uma das coisas mais importantes que precisam
aprender, a saber: confiar em outras pessoas e
finalmente em Deus. Se uma criança não
aprende a confiar nos pais, sua capacidade de
confiar em outra pessoa é severamente comprometida…
Na sociedade humana, não há nada
mais óbvio do que a necessidade inerente de os
filhos obedecerem aos pais.
Kast destacou que os pais negligenciarem a
responsabilidade de cuidar dos filhos é tão
admissível quanto os filhos negligenciarem a
responsabilidade de obedecerem aos pais.
O impacto que a desobediência dos filhos
exerce sobre a sociedade se reflete nesta surpreendente
lei divina dada aos filhos de Israel:
Se alguém tiver um filho contumaz e
rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de
sua mãe e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos,
seu pai e sua mãe o pegarão, e o levarão aos
anciãos da cidade, à sua porta, e lhes dirão:
Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá
ouvidos à nossa voz, é dissoluto e beberrão.
Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão
até que morra; assim, eliminarás o mal do
meio de ti; todo o Israel ouvirá e temerá
(Deuteronômio; 21,18–21).O Novo Testamento (a aliança debaixo da qual
estamos) não nos ensina a matar os filhos que
não obedecerem aos pais, mas esse mandamento
do Antigo Testamento é um lembrete vívido da
importância da obediência dos filhos aos pais.
Os pais nem sempre estão certos, mas se
realmente estiverem preocupados com os filhos,
certamente acertarão mais do que errarão. Adolescentes,
se vocês têm pais que se preocupam
com vocês o suficiente para lhes impor restrições,
agradeçam a Deus por tê-los!
Devemos obediência aos nossos pais.
As próximas “dívidas” que irei mencionar estão ligadas à consideração, ao respeito
e à obediência; mas são importantes o bastante
para serem abordadas separadamente. O próximo
item da lista é “compreensão”. Devemos aos
pais a máxima compreensão solidária possível.
Maridos são admoestados a viver com suas
mulheres “com discernimento” (1ª Pedro; 3,7).
Esse não é um mau conselho para todos os
relacionamentos dentro do lar. Devemos tentar
compreender uns aos outros.Tenho ouvido adolescentes dizerem: “Meus
pais não me entendem”. Muitos desses jovens parecem
estar inconscientes de que o entendimento
opera em ambas as direções. Se você é adolescente,
já avaliou a possibilidade de que a maior falta
de compreensão pode estar partindo de você?
Afinal de contas, seus pais já foram jovens uma
vez. Eles sabem como é ser adolescente e sabem
como é ser adulto. Por outro lado, você só sabe
como é ser um adolescente. Pode ser que você
queira que seu pai e sua mãe vejam as coisas do
seu ponto de vista, mas quanto tempo você passa
tentando ver as coisas do ponto de vista deles?
Alguns dizem que ser adolescente é difícil
nos dias de hoje — e isto é verdade. Ser pai ou
mãe de um adolescente também é difícil. Adolescente,
você já parou para pensar que seus pais
estão ficando velhos e mais propensos a se
cansarem? Já pensou na crise que eles podem
estar atravessando no trabalho? Já pensou em
como pode ser difícil não ultrapassar o orçamento
familiar na economia de hoje? Você tem consciência
de que a sua mãe ou o seu pai podem estar
começando a enfrentar mudanças, entrando na
“crise da meia-idade”?
Certo escritor anônimo expressou comicamente
a necessidade dos adolescentes compreenderem
seus pais num artigo intitulado “Seis Passos
para se Dar Bem com Seus Pais” :
1. Não tenha medo de falar a língua deles.
Tente usar expressões estranhas como:
“Vou te ajudar com a louça” e “Sim”.
2. Tente entender a música que eles ouvem.
Toque “Garota de Ipanema” até se acostumar
com o som.
3. Seja paciente com o baixo desempenho
deles. Quando surpreender sua mãe beliscando
uma guloseima, não demonstre
desaprovação. Diga a ela que você a ama
do jeito que ela está.
4. Estimule seus pais a falarem dos problemas
deles. Tente se lembrar de que para eles
coisas como ganhar dinheiro e pagar as
contas parecem importantes.
5. Seja tolerante com a aparência física deles.
Quando seu pai cortar os cabelos muito
curtos, não se sinta pessoalmente humilhado.
Lembre-se: é importante para ele se
parecer com os colegas dele.
6. O mais importante de tudo: se eles fizerem
algo que você julga ser errado, deixe
que saibam que é o comportamento deles
que desagrada você, e não eles mesmos.
Lembre-se de que os pais precisam saber
que são amados.15
Devemos aos pais a máxima cooperação
possível. Os pais têm responsabilidades medonhas.
Em 1ª Timóteo; 5,8 diz que “se alguém
não tem cuidado dos seus e especialmente dos
da própria casa, tem negado a fé e é pior do que
o descrente”. Em Efésios; 6,4 os pais são instruídos
a criar os filhos “na disciplina e na admoestação
do Senhor”. Deus deu aos pais a responsabilidade
de prover a família física e espiritualmente, e um
dia terão de prestar contas do seu serviço (1ª Coríntios
4,2). Devemos tornar essa pesada tarefa o
mais fácil possível.
Quanto à responsabilidade dos pais nos proverem
fisicamente, não devemos reclamar quando
não temos tudo o que gostaríamos de ter. Quanto
à responsabilidade dos pais nos proverem espiritualmente,
devemos cooperar. Quando eles nos
repreenderem “na… admoestação do Senhor” ,
estejamos dispostos a aprender. O Sábio escreveu:
“Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes
a instrução de tua mãe. Porque serão diadema de
graça para a tua cabeça e colares, para o teu
pescoço” (Provérbios; 1,8, 9). E disse mais:
Filho meu, guarda o mandamento de teu
pai e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os
perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao
pescoço. Quando caminhares, isso te guiará;
quando te deitares, te guardará; quando acordares,
falará contigo (Provérbios; 6,20–22).
Comparar as instruções dos pais com enfeites é
uma forma pitoresca de dizer que se o filho
seguir essas instruções, terá uma vida feliz .
Muitas passagens enfatizam a importância
de ser receptivo: “Filho meu, atenta para as
minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina
os ouvidos” (Provérbios; 4,20). “Retém a instrução
e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua
vida” (Provérbios 4;13). Adolescentes, se os seus
pais estiverem tentando ensinar a vocês o que é
certo, agradeçam a Deus por eles.
Os pais, e não as mães, têm a obrigação primária de
ensinar os filhos, mas as mães podem e devem unir-se a
eles nessa tarefa ou, tomar a tarefa em suas mãos quando pais não tem as intruções de Deus.
Isto pressupõe que a instrução dos pais esteja de
acordo com a Palavra de Deus. Todo ensino deve ser testado pela
Palavra.
Nossos pais devem nos criar “na disciplina…
do Senhor”. Novamente, devemos cooperar. “O
insensato despreza a instrução de seu pai, mas o
que atende à repreensão consegue a prudência”
(Provérbios; 15,5; e também 12,1). Quando
meus pais me disciplinavam, era porque me
amavam e queriam que eu crescesse para ser um adulto forte,com caráter.
No livro de Hebreus afirma que
“o Senhor corrige a quem ama” (12;6). A seguir,
ele traçou um paralelo entre nosso Pai celestial e
nossos pais terrenos: “Além disso, tínhamos os
nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam,
e os respeitávamos” (v. 9). Depois, ele fez esta
observação geral sobre disciplina: “Toda disciplina,
com efeito, no momento não parece ser
motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois,
entretanto, produz fruto pacífico aos que têm
sido por ela exercitados, fruto de justiça” (v, 11).
Adolescentes, se os seus pais se importam
com vocês o bastante para discipliná-los, dêem
graças por isso também. Devemos aos nossos
pais cooperação.Devemos aos nossos pais ser os melhores
filhos e filhas que pudermos ser. Não importa
quantos elogios façamos verbalmente aos nossos
pais, se não vivermos corretamente, não estaremos
demonstrando respeito. Quando os filhos
de Jacó não agiram certo, Jacó disse: “Vós me
afligistes e me fizestes odioso entre os moradores
desta terra…” (Gênesis; 34,30). Os maus casamentos
de Esaú “se tornaram amargura de espírito
para Isaque e para Rebeca” (Gênesis; 26,35; e
também 27,46). Citamos anteriormente Deuteronômio;
21. Você consegue ouvir as vozes dos pais
ao admitirem: “Este nosso filho é rebelde e
contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é dissoluto
e beberrão” (Deuteronômio; 21,20)?
O maior tributo que podemos prestar aos
nossos pais é nos tornarmos cristãos — cristãos
de verdade, com fé e convicções pessoais — e
depois vivermos a vida cristã o melhor que a
nossa capacidade permitir. Devemos ser o melhor
que pudermos quando somos jovens. “Até a
criança se dá a conhecer pelas suas ações, se o
que faz é puro e reto” (Provérbios; 20,11). Devemos
ser o melhor que pudermos quando formos
velhos. Devemos ser o melhor que pudermos
quando nossos pais tiverem falecido; devemos
ser fiéis em memória deles. Devemos ser o melhor
que pudermos, mesmo se os nossos pais não
forem (ou não tiverem sido) cristãos. Se ainda
estiverem vivos, podemos ganhá-los para Cristo
através do nosso exemplo (1ª Pedro; 5,1–4). Se já
tiverem falecido, ainda o enaltecemos sendo fiéis
ao que sabemos ser a verdade.
Devemos aos nossos pais ser o melhor que
pudermos.Finalmente, devemos aos nossos pais amor
contínuo e preocupação com eles enquanto
estiverem vivos. Algumas das verdades que apresentamos
nesta lição aplicam-se primeiramente
aos filhos que ainda moram com os pais ou dependem (e
especialmente aos adolescentes), mas muitos
ensinos se aplicam a todos nós por toda a vida.
Enquanto vivermos, devemos aos nossos pais nossa
consideração, nosso respeito, nossa compreensão
solidária e nosso esforço sendo os melhores
filhos e filhas que pudermos.
O último item a ser abordado destina-se
primeiramente àqueles dentre nós que já são adultos.
Devemos continuar demonstrando e expressando
amor e preocupação com os nossos pais
enquanto eles viverem. Devemos fazer isto através
de palavras — palavras ditas face à face, palavras
ditas pelo telefone, palavras escritas numa carta.
Também devemos fazer isto através de atos.
Uma parte desse amor se traduz no cuidado
com os pais quando eles ficam idosos. Anteriormente,
citamos 1ª Timóteo; 5,8: “Ora, se alguém
não tem cuidado dos seus e especialmente dos
da própria casa, tem negado a fé e é pior do que
o descrente”. Aplicamos essa passagem aos pais
— e creio ser possível fazer essa aplicação geral
— mas devemos entender que, no contexto, a
passagem ensina que os filhos adultos devem
cuidar de seus pais idosos .
Uma vez Jesus estava ensinando quando
alguns escribas e fariseus foram até Ele e perguntaram:
“Por que transgridem os teus discípulos a
tradição dos anciãos?” (Mateus; 15,2). Jesus deu
a seguinte resposta sarcástica:
Por que transgredis vós também o mandamento
de Deus, por causa da vossa tradição? Porque
Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e:
Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja
punido de morte. Mas vós dizeis: Se alguém
disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor
aquilo que poderias aproveitar de mim; esse
jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim,
invalidastes a palavra de Deus, por causa da
vossa tradição. Hipócritas! (v.3–7).
Os escribas e os fariseus pensaram que
podiam escapar das obrigações para com seus
pais dizendo o seguinte a eles: “Aquilo que
poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta
para o Senhor” (Marcos 7;11). Corbã é uma
palavra hebraica que significa “aquilo que é
trazido para perto”; era usada com referência a
uma oferta. O tesouro do templo era chamado de
corbanas .
Usando essa palavra [Corbã] num voto religioso,
um judeu irresponsável poderia consagrar formalmente
a Deus (ao templo) seus ganhos
que, de outra forma, poderiam ter ido para o
sustento de seus pais. O dinheiro, porém, nada
tem a ver necessariamente com os propósitos
religiosos. A fórmula Corbã era simplesmente
um meio dos filhos fugirem da responsabilidade
para com seus pais conforme prescrevia a
lei. Os professores da lei sustentavam que o
voto de Corbã estava em vigor mesmo quando
pronunciado precipitadamente.
Jesus condenou essa tradição humana, porque
um homem não pode “honrar” a seus pais sem se
preocupar com o bem-estar deles quando ficam
velhos.Não há idas aos cultos da igreja, nem ajudas financeiras
para sustentar a igreja, nem moralidade
estrita que substitua o ato de honrar aos pais.
Uma das tragédias de nossa era supostamente
iluminada é a maneira como temos esquecido
e negligenciado os pais desta sociedade. A
ciência médica tem prolongado a duração da
vida tanto que a percentagem de nossa população
com mais de sessenta e cinco anos de
idade continua aumentando. Mas a ciência
médica não pode resolver o problema humano
dos idosos rejeitados, esquecidos e ignorados.
A resposta a este problema humano é o despertar
de nossas consciências ocasionado pelo
nosso relacionamento com Jesus Cristo.
Provérbios ;28,24 fala do terrível pecado de
alguém roubar o próprio pai: “O que rouba a seu
pai ou a sua mãe e diz: Não é pecado, companheiro
é do destruidor”. Jamais seremos culpados
desse crime abominável — dizemos nós — mas,
e se não dermos aos nossos pais o que lhe devemos?
E se não dermos a eles a nossa consideração,
o nosso respeito, a nossa obediência, a nossa
compreensão solidária e a nossa cooperação? E
se não formos os melhores filhos que pudermos
ser? E se não dermos a eles o nosso amor contínuo
e a nossa preocupação enquanto eles estiverem
vivos? Será que não estaremos roubando deles
algo muito mais precioso do que ouro?
Que o Senhor abençõe, pais e filhos e dêem
a direção para que seja prolongada a vida de nossos filhos .amém?

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